Se um avesso de algo
me invadisse, me tomasse,
não saberia defini-lo
na falta de ti.
Se meu outro lado
me abandonasse,
não poderia perde-lo;
que mesmo ausente,
o sentiria em mim.
Porém, se sinto que te perdi,
me engano, dizendo-me
ter ainda tua alma.
Mas, como sentir-me assim
se agora sem ti
já nem mesmo me tenho?
Escrita estranha essa, da vida, à escrever bonito ou, às vêzes feio. À nos falar sorrindo ou, às vêzes meio...
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Amigos
Um poeta disse:
amigo é coisa pra se guardar
do lado esquerdo do peito.
Outro poeta falou:
amigo é quem a gente trata
do igual pro igual.
Não sou poeta.
Não falo bonito assim.
Só acho que amigo é o companheiro
de segredos e de silêncios.
De muitos risos que às vezes
nos parecem poucos
e de poucas lágrimas
que sempre aliviam muito.
Amigos enfim, os guardo em mim,
porque certeza tenho,
que também eles,
guardam-me em si.
Amigos guardam-se.
Sempre.
amigo é coisa pra se guardar
do lado esquerdo do peito.
Outro poeta falou:
amigo é quem a gente trata
do igual pro igual.
Não sou poeta.
Não falo bonito assim.
Só acho que amigo é o companheiro
de segredos e de silêncios.
De muitos risos que às vezes
nos parecem poucos
e de poucas lágrimas
que sempre aliviam muito.
Amigos enfim, os guardo em mim,
porque certeza tenho,
que também eles,
guardam-me em si.
Amigos guardam-se.
Sempre.
terça-feira, 30 de outubro de 2012
Egoismo
Penso na vida
que levamos agora;
vida que nos leva
para onde não sabemos.
Penso nos anos que nos deram
cabelos brancos;
quilos que carregamos de nós.
Penso na noite
que logo sairá de ambos,
trazendo um novo dia
e com ele, nossos sempre
velhos problemas.
Em nosso pesado silêncio,
pensamos nós,
se melhor não seria
a explosão dos gritos
para sufocar o mutismo.
E se já não caberia
um pouco do outro
nesse nosso tolo egoismo.
que levamos agora;
vida que nos leva
para onde não sabemos.
Penso nos anos que nos deram
cabelos brancos;
quilos que carregamos de nós.
Penso na noite
que logo sairá de ambos,
trazendo um novo dia
e com ele, nossos sempre
velhos problemas.
Em nosso pesado silêncio,
pensamos nós,
se melhor não seria
a explosão dos gritos
para sufocar o mutismo.
E se já não caberia
um pouco do outro
nesse nosso tolo egoismo.
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
Luares
Ansioso, a esperava
como se espera a lua.
Aguardava a noite,
para guarda-la em mim.
Apanhava a tristeza
daqueles olhares
e inquieto, espreitava-os
em sedenta paixão.
Noites e madrugadas
chegavan e partiam
e eu não as retinha;
não a fiz permanecer
em nossos luares e estrelas.
Agora, a noite sem lua
me abraça quase sempre.
como se espera a lua.
Aguardava a noite,
para guarda-la em mim.
Apanhava a tristeza
daqueles olhares
e inquieto, espreitava-os
em sedenta paixão.
Noites e madrugadas
chegavan e partiam
e eu não as retinha;
não a fiz permanecer
em nossos luares e estrelas.
Agora, a noite sem lua
me abraça quase sempre.
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Batalhas
Tentei matar dragões,
engoli meu próprio fogo,
sorri para alguns corações
e tolo, enganei-me;
fingi tanto naquele jogo.
Admirei-me no espelho,
em caretas e fáceis risos,
dei-me alguns conselhos
e surpreendi-me
com tanta falta de juízo.
Rezei para anjos poucos,
declarei a minha guerra.
Fui ao inferno na terra
e a salvação não me veio.
Admirei os outros, os loucos
e agora, na minha fé,
tristemente, já não creio.
engoli meu próprio fogo,
sorri para alguns corações
e tolo, enganei-me;
fingi tanto naquele jogo.
Admirei-me no espelho,
em caretas e fáceis risos,
dei-me alguns conselhos
e surpreendi-me
com tanta falta de juízo.
Rezei para anjos poucos,
declarei a minha guerra.
Fui ao inferno na terra
e a salvação não me veio.
Admirei os outros, os loucos
e agora, na minha fé,
tristemente, já não creio.
Silêncios
Já não me seguro mais
neste porto,
nesse corpo cansado
e já meio morto.
Já não me prendo mais
nesta casa,
nesta sala
onde a solidão me fala.
Já não me espero mais
nestas esquinas,
nem me consolo
nos olhares e retinas
dessas pobres meninas.
E já nem me falo,
prefiro silêncios e restos;
porque não me presto,
então, me calo.
neste porto,
nesse corpo cansado
e já meio morto.
Já não me prendo mais
nesta casa,
nesta sala
onde a solidão me fala.
Já não me espero mais
nestas esquinas,
nem me consolo
nos olhares e retinas
dessas pobres meninas.
E já nem me falo,
prefiro silêncios e restos;
porque não me presto,
então, me calo.
Ontem, outra morte
Foram tantas mortes
que me chegaram
e umas poucas vidas
só me restaram.
Nalgumas, morri de amor,
noutras, morri de dor.
Tantas vidas desperdiçadas
e outras, maltratadas,
na ânsia de acertos
e poucos nortes,
à me trazerem sorte.
E despi-me e depurei-me.
Com poucos corações, consolei-me.
Então, continuo igual,
tão fraco e tão forte.
Tão poucas vidas,
para tantas mortes !
que me chegaram
e umas poucas vidas
só me restaram.
Nalgumas, morri de amor,
noutras, morri de dor.
Tantas vidas desperdiçadas
e outras, maltratadas,
na ânsia de acertos
e poucos nortes,
à me trazerem sorte.
E despi-me e depurei-me.
Com poucos corações, consolei-me.
Então, continuo igual,
tão fraco e tão forte.
Tão poucas vidas,
para tantas mortes !
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Tristes dias
Estes tristes dias,
divididos em drágeas,
tomados em pequenos goles,
pequenos goles de nada.
Estes tristes dias,
divididos em doses;
dias ásperos e enterrados.
Que tornam-se meses
e tornam-se anos;
desumano jeito de cura,
onde tudo só parece ser,
onde nada do que se quer ter
nos é dado agora.
Tristes dias estes,
de se passar um tempo
e de se fazer hora.
De se esperar apenas,
por quem foi embora.
divididos em drágeas,
tomados em pequenos goles,
pequenos goles de nada.
Estes tristes dias,
divididos em doses;
dias ásperos e enterrados.
Que tornam-se meses
e tornam-se anos;
desumano jeito de cura,
onde tudo só parece ser,
onde nada do que se quer ter
nos é dado agora.
Tristes dias estes,
de se passar um tempo
e de se fazer hora.
De se esperar apenas,
por quem foi embora.
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