quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Mergulhos

Sei que me maltrato,
quando bebo outro gole
e sei que outra vêz me mato.

Talves, eu queira mergulhar
noutras diferentes águas,
que agora querem me tomar.

Sei que sempre morro
de tédio, de raiva, de tudo
e acabo pedindo teu socorro.

Sei que me maltrato
e sei que sempre morro
mas, acho que de fato,
nem sei do que corro.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Lembranças

Lembro que o seu sorriso me deixou cego
e morri por causa disto.
Morri por causa de tudo
e continuo morrendo até hoje,
por cada lembrança que me vem,
arrancando pedaços e partes.
Me dizendo que será pra sempre,
essa falta de algo, de tudo.
E ainda dizem, que o tempo tudo cura.
Encaro a realidade e não me engano,
sei que carregarei pra sempre
a tua falta.
O que o tempo pode fazer, é dar a certeza
de que foi verdadeiro,
porque não cessou com um simples adeus,
nem com distâncias.
O que o tempo pode fazer, é dar-me
a capacidade da aceitação pura.
Sei que dói.
Sei que faz falta mas,
sei que estarás aqui comigo,
pelo menos em forma de saudade.
Então, fecho agora meus olhos e agradeço,
por dar-me algo de ti pra carregar.
Lembranças.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Em casa

Um quase silêncio.
Ao longe, apenas a fraca batida dos corações,
dêle e dela.
Uma quenturinha gostosa e aconchegante.
Um escurinho, que se fosse pra comparar,
seria parecido com a penumbra simpática
da meia luz.
Meio céu, meio estrelas.
Um, doce murmúrio vindo de fora;
risos e olhares futuros, que seriam postos
ou, talves fossem impressões apenas ?
Não. Não queria nascer.
Ainda não sabia como era o mundo lá fora
mas, não poderia ser igual ou melhor
do que este, onde estava.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Poeta

Poeta tem que ser só,
pra não magoar outros,
pra se machucar sózinho.
Escrever letras choradas
e chorar em ombros alheios.

Poeta tem que ter dó,
dó dos outros,
dó de si mesmo
e colocar no papel
toda essa dor,
que pode ser também amor.
amor fracassado,
amor perdido,
amor incompreendido que passou,
mas, que ainda está,
que ainda é.
que ainda coça e faz sangrar.

Poeta tem que ser tudo
e chorar por nada.
Derramar lágrimas no papel
e quando sorrir,
desenhar um sol
em forma de poema.

Na trave

Enquanto ela chupava,
êle fazia o possível para estar ali.
Mas, estava pensando noutra pelada,
a de domingo, quando seu time,
por pura incompetência sua,
tinha perdido.
Se o seu pau estava ali,
ainda a meio caminho de ficar duro,
só tinha cabeça para lembrar
do outro pau; o da trave.
Igual ao seu, o danado
tinha lhe pregado uma boa peça.
No penalti, tinha feito uma cobrança
quase perfeita.
Quase, porque a bola não entrou,
bateu na trave.
E com isso, deram adeus ao empate,
quiçá à vitória.
Assim, sem querer, lembrando
do terrível momento,
mordeu o grelo.
Ela gritou e isso então,
foi o suficiente para endurece-lo de vêz.
Ela notou a dureza e rápido
-porque aquilo não acontecia sempre-
o montou.
Mexeu-se frenéticamente
para gozar, antes que fosse tarde.
E gozou.
Gozou quando êle começou a amolecer.
Fazia tempo que não gozava assim, nêle.
No que será que estaria pensando,
para ter ficado duro daquele jeito ?
O filho da puta, decerto,
estava pensando na outra.
Mas, tudo bem,
desde que ficasse furo, não importava.
Pensando bem, importava sim.
Será que êle conseguia gozar
com a outra ?
Ou só batia na trave,
como fazia com êle ?
Levantou-se e foi tomar banho.
Deixou-o ali, pensando ainda
no penalti perdido.
E além disto, a mulher
fingindo gozar. Ora essa !
Virou-se e dormiu.
Sonhou com o penalti.
Só que o goleiro era ela.
No centro do gol, nua,
pedia para que batesse.
E êle bateu.
Dessa vêz, marcou o gol.
E que golaço !

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Paraíso

Para estar contigo, fecho olhos,
então, espero que venhas
e me apareces, com brilho
que sei, talves não tenhas.

E podes vir, em tosca capa
ou, de pérolas, toda enfeitada
mas, chegas e o que importa
é que vens me fazer de morada.

Se estou contigo em sonhos,
és deusa de variadas formas
e em asas, voando me apanho;
ao paraíso, minh'alma retorna.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Flores


Eram margaridas ou rosas ? Até hoje, não sei. Sei que exalavam perfumes e tinham belas cores. Sei que enfeitavam demais, até o dia em as colheram e as colocaram no vaso. Aí, envelheceram, morreram, sentiram falta do chão, da terra, sentiram falta de fazerem parte daquele jardim. Não se acostumaram com o espaço pequeno do vaso, do raso. Queriam mais liberdade, queriam ser flores, de verdade !

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Dama

Tua falta, eu sinto em tudo,
no vazio do guarda roupa,
sem roupa
e no espaço do guarda chuva;
ombro a ombro,
nos guardava.

Tua falta, eu sinto aqui,
nos reclamos do coração
e da alma.
O que faço eu agora,
nesta enorme cama ?
Faço-me de par;
solitário jogo de dama !

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Brincadeira de anjos

Ribombou outro trovão.
Toninho se encolheu
embaixo das cobertas
e ficou imaginando
o tamanho da pedra
que tinha caído lá de cima.
Essa foi das grandes, sim senhor !
Rezou pra que não caisse nenhuma
bem em cima da sua casa.
Pensou na vó, que dizia
serem os trovões, apenas pitos
que papai do céu dava
nos santos e anjos, lá em cima.
Mas, sendo o que eram,
será que careciam mesmo de pito ?
Achava estranho isso.
De qualquer maneira,
sendo verdade ou não,
vovó devia estar vendo
tudo de pertinho, porque
já tinha ido lá pro céu.
E êle, continuava achando
que eram pedregulhos
que caiam lá de cima.
Encolheu-se mais ainda
e voltou a dormir.
Sonhou com os anjos
jogando bolinhas de gude.
-Opa, agora é minha vêz-
gritava Gabriel, escancarando
um sorriso angelical !

Prosa antipoética

Comecei a escrever crônicas
porque esgotaram-se as rimas;
queria rimar o de baixo com o de cima,
fazer sonetos pra um amor
que já não existe mais.
Resolvi escrever sobre filhos e pais;
sobre você, não escrevo mais.
Não farei borrões no papel,
pois, que cada frase,
era regada com uma lágrima
e eu, já não tenho nem idade,
nem paciência pra isso.
To com o saco cheio de tanto lenga lenga,
de tanto chororo e tanta arenga.
Pra mim, não tem mais graça
ficar horas e horas, caneta na mão,
esmiuçando essa desgraça.
Já foi tarde. E eu agora, acordo cedo
todos os dias, agradecendo
quem está do meu lado
e não quem está sabe-se lá onde.
Francamente, vê se eu ia passar
minha meia idade,
em meio à choros e lamentações.
O que não faltam, são corações
e cada um, mais lindo que o outro,
ainda mais, quando vêm com aquele biquinho,
pedindo pra eu entrar devagarinho
e não esquecer de fechar a porta.
Sabe quando é que vou fazer
outro poema manhoso ?
Nunca, nunquinha, jamais.
E falando em poema,
fiz um indagorinha, enquanto escrevia
essa besteirada toda.
Quer ver ?

domingo, 13 de setembro de 2009

Vamos descomplicar ?

Não precisa dessa cena,
que a toda hora se encena;
pode ser mais descomplicado,
mesmo que seja indelicado.

Não precisa de roupa boa,
nem seresta que se entoa;
pode ser bem mais direto,
mesmo que seja incorreto.

Não precisa de nada disso;
é muita volta, pra ter você,
pra no fim, virar enquiço,
pra eu chegar ao ponto ge.

sábado, 12 de setembro de 2009

Soleira do coração

Não somos nós, Italianos,
mas, antigamente, lá em casa,
todos os Domingos,
era dia de macarrão,
era dia de festa.
Nem cabíamos todos à mesa.
Eu fazia meu prato
e sentava rente à soleira;
prato na mão aspalmada
e a colher na outra.
Uma briga sempre,
que comer macarrão com colher
era uma luta entre eu
e o bendito prato.
Depois, o Kisuco
limpava a goela e era rua,
porque não cabia
todo mundo dentro de casa.
Mas, não importava,
éramos crianças,
éramos das ruas.
O que importa é que
ainda hoje, cabemos todos
no coração da Dona Isaura !

Nhá Chiquinha

No fogão à lenha,
empretecia panelas
com aquele negrume,
que era o que dava sabor
na comida da roça.
No rosário e no livro
embrulhados no lenço,
levava toda a fé.
No esguio, magro corpo,
no pergaminho da pele
carregava vidas e lidas.
Nas rezas e curas,
quantas Aves Marias
Nhá Chiquinha dizia.

Até os netos, que crianças,
não sabiam rezar,
foram curados de dores.
E nem souberam do dia
em que ela partiu.
Decerto, apenas dormiu
e acordou com Deus !

Razões

Não foi à toa, que olhei pra ti,
que te enxerguei e vi
com olhinhos brilhantes, o amor.

Não foi à toa, que o coração disse
que mesmo que não visse,
sentiria bater mais forte no peito.

Não foi à toa, que chegou primavera,
mostrando a cor, que não era
antes da tua simples presença.

Não foi à toa, que te olhei, que falei
e que estendi mãos e carinhos.
Que meio sem jeito, te segurei,
te trouxe pra esses meus caminhos.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Distração

Eu te guardava na alma,
no coração e no bolso.
Na alma, tinha a tua lembrança,
no coração levava o amor
e no bolso, aquela foto ainda.

Até que um dia, sem querer,
me distrai e perdi tudo:
lembranças, amores e imagens.

Tolices e enganos

Sei agora, que sou tão pequeno.
Falo mal, escrevo pior ainda;
logo eu, que queria escrita linda,
agora sei, que sou tão pequeno.

Todos sabemos, que somos pequenos,
fingimos ser mais do que somos
e quase sempre, nos enganamos.
Sabemos todos, que somos pequenos.

E de tolices e enganos, seguimos
escrevendo a nossa imperfeição.

Dizemos tolas palavras ao coração
e nem sabemos porque mentimos.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Doeu !

Cantei serenata, não ouviu.
Fiz um poema, não leu.
Escrevi um bilhete, sumiu.
Mandei uma rosa, esqueceu.

Enviei um presente, não viu.
Paguei o almoço, não comeu.
Dei um perfume, não abriu.
Pedi um selinho, não deu.

Montei um castelo, ruiu.
Fiz um carinho, doeu.
Cheguei de fininho, fugiu,
mas, quando agarrei, fodeu !

Sem versos, nem rimas.

Na tua insensibilidade,
não vês que espalho
pétalas no teu caminho;
não olhas para o chão.
Nem reparas no arco íris,
que combinei com o céu,
mostrar em lindas cores;
não olhas para cima.

Fechas olhos, ouvidos, bocas
e segues resoluta, um caminho
onde não cabem flores, cores,
sequer um pouco de carinho.
Talves, se enviar um perfume
junto ao ar que respiras,
consiga te fazer ao menos,
reparar que te fiz um poema
sem versos e sem rimas.
Talves, se em forma de vento,
eu me envolver em ti
e em arrepios leves, sintas
o meu doce beijo brisa.

Vou fazer isso, então.
Afinal, é o que me resta.
Desisti de olhares e verbos;
tua insensibilidade maltrata !

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Borrão

Um rosto torto, no espelho,
toda vêz que me olho.
No espelho, um torto rosto,
que me olha toda vêz.

Um verso triste, sem rima,
é o que sai da caneta.
Sem rima, o verso é triste,
quando da caneta sai.

Um rosto torto, que olha
o verso triste da caneta.
uma lágrima cai e molha,
entorta também a letra.

Aos cães

Minhas palavras, dedico aos cães,
depois, às mulheres e aos homens;
que são procuras por ouro e pães,
são buscas de restos que comem.

Minhas palavras, dedico às putas,
depois, às crianças e aos santos;
que são madrugadas de lutas,
são rezas e óstias e são cantos.

Minhas palavras, coitadas, caladas,
se atreveram em escritas e rimas
e quiseram ser os versos perfeitos.

Tímidas, observaram das esquinas
e pé ante pé, em agonias e cismas,
foram mostrando erros e defeitos.

A lua sorriu

A lua passou por aqui,
fêz-se de sol e me sorriu,
cumprimentou e trouxe você
na hora em que se abriu.

Ela sempre traz lembranças,
sempre traz algo para mim;
às vêzes, se esconde em nuvens
e envergonhada, chora enfim.

A lua passou por aqui,
ela sempre traz lembranças.
Hoje, parece até que eu vi
por entre nuvens, esperança !

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Teresa Teng

Conheci sua voz, já tarde,
sem alarde,
que chegou igual brisa
soprada do Oriente.

Soube que ela já era
pura quimera,
quando cantou, então,
com voz pura.

A conheci já estrela
e ao vê-la,
voltei à outras terras
onde estive, é certo.

Ah ! Bela, doce teresa;
músicas, sorrisos, nobreza !

sábado, 5 de setembro de 2009

Feito pigarro

Um sorriso dado meio de lado
e o trecho do rosto, que vai
da boca até o olho se encolheu;
sentiu o cheiro do mal que sai,
quando vem a palavra adeus.

Um sorriso dado meio sem jeito,
meio riso do inteiro desacato,
na cor amarela de um sarro,
porque já sabe de cor e de fato,
que será posto fora, feito pigarro.

O sorriso, dá sua vêz ao choro,
mas, é choro um tanto calado,
na perplexidade dos acenos
iguais àqueles que foram dados,
sem dó, sem desculpas ao menos.

Ouvindo um bolero

O coração se abre, chora
no ritmo de um bolero,
que poderia ser o nosso;
machuca, porque te quero.

E poderia ser um tango,
uma rumba ou o que for.
Um balanço de tristeza,
uma súplica de amor.

Vontade de me colar em ti
e outra vêz compassar.
Fecho os olhos então, aqui
e triste, começo a dançar.

"Dicen que la distancia es el olvido,
pero yo no concibo esa razón,
porque yo seguiré siendo el cautivo,
de los caprichos de tu corazón...".

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Ponto final.

Não quero fazer do verso,
um poema bom de se ler;
melhor mesmo que seja êle,
bebida amarga de beber.

Um verso, terço, prosa,
palavrão que agora sai,
mandando ir se foder.
E o pior, é que se vai.

Êle bem poderia ser reza,
mas, querendo virou praga;
xingamento que sai de mim
feito prazer que se estraga.

Não quero fazer do correto,
o seu motivo de encontros.
Feche os olhos, passe direto
e ignore virgulas e pontos !

Bodas

O Zé Augusto estava decidido.
Ia chegar junto e se ela desse uma de difícil,
êle agarraria. Seria na marra.
Porque não era possível, que ela passasse
todo santo dia, rebolando daquele jeito
-que só faltava quebrar os quartos
de tanto requebro- e não fosse de propósito,
só para mexer com o homem.
Faz tempo que tinha reparado,
era justo na hora em que estava
lavando a calçada,
que ela achava de passar.
E mexia, como mexia.
Êle fazia o possível para disfarçar,
mas, não tinha jeito.
Chegava a ficar vesgo.
Depois que ela passava, ainda levava
uma boa meia hora para colocar
tudo no seu devido lugar.
E doía, como doía.
Os olhos e as bolas.
Os olhos, de tanto esfregar
e as bolas, de tanto tesão.
Então, resolveu. Chegou junto.
E por incrível que possa parecer,
deu tudo certo, tão certo,
que acabou em casamento.
Agora, depois de vinte e cinco anos,
quando o Zé disfarça e olha para a sua mulher,
-porque não tem coragem de encará-la-
fica imaginando e procurando
entre aquelas dobras,
aquela com quem se casou.
Porque decididamente, não é essa aí não.
E continua, todos os dias,
à lavar a calçada, na esperança
de que ela, de repente, apareça
com aquele seu gingado
e dobre a esquina, deixando no ar
perefumes, requebros
e um boquiaberto Zé !

Onde colocar o rabo ?

Tem gente que além de não saber escrever,
não sabe onde colocar o rabo.
É, porque existe toda uma ciência.
Se por acaso, você colocar no lugar errado,
as coisas ficam sem sentido, esdrúxulas,
perdem completamente a razão.
Agora, se você o coloca exatamente
onde tem que colocar,
aí tudo fica claro, bonito; um poema.
Só não entendo porque deram
um nome tão esquisito
à um simples rabinho.
Vírgula. Não podiam ter escolhido outro ?
Acho até, que pais quando dão
nomes estranhos aos seus filhos,
só podem estar passando
por algum tipo de problema, não acham ?
Daí, que veio a vírgula.
Que lembra Virgulino, um temido
cangaceiro do Nordeste Brasileiro,
que todo mundo acha que foi
um cara bonzinho...
Mas, essa é uma outra estória.
Melhor mesmo, é eu colocar
o rabo entre as pernas e sair andando.
E ponto final.
Aliás, esse pontinho parece mais
uma titica do passarinho,
que não tinha o que fazer
e veio fazer justo aqui,
no meio do meu texto.
Será que êle, o passarinho,
não sabe que aqui,
não cabe o ponto e a vírgula ?
Ora essa !

E eu prometi que ia te escrever...

Mas, pensando bem,
para que gastar tinta e escrever
só aquelas bobagenzinhas à toa, né ?
Dizendo de saudades e tudo o mais
e ainda por cima, pedindo
para você voltar.
Para que isso, se você resolveu
ir embora justo quando
estávamos rindo à toa,
igual dois bobinhos ?
A gente tinha tudo, lembra ?
Ou, quase tudo.
Porque só o que faltava,
era um pouco de dinheiro.
E foi o que te levou para longe.
A grana, a gana de querer
ter um dinheirinho a mais.
No teu caso, um dinheirão
que resolveu todos os teus problemas.
Ou, quase todos.
Porque hoje, depois de tanto tempo,
olho tuas fotos no orkut
e vejo algo por trás do teu sorriso.
E tenho a absoluta certeza
que te falta algo, ainda.
É imaginação minha,
ou você não conseguiu
tudo o que buscava ?
Enfim, pode ser só impressão minha, não é ?
Afinal, não seria a primeira vêz
que cometo cá meus enganos...
De qualquer maneira,
esqueça as cartas.
Melhor assim.