segunda-feira, 21 de junho de 2010

Valetes

Que triste amor, agora,
deitado em nossa cama,
tão melancólico chora,
dizendo que ainda ama.

Nossos cansados corpos
procuram tolas desculpas,
que hoje, estão tortos,
pesados de tantas culpas.

Ah ! Sofridas almas somos,
de tantos furtivos olhares,
restos do que outrora fomos;
separados, estamos pares.

Agora, valetes nós somos;
cabeças sempre contrárias
interrogando dedos calados,

perguntando o que fomos
em nossas vidas ordinárias,
nesses corpos mal amados.

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