Caía em neve, feito branco,
sem vontade de mostrar suas cores;
seus amores à muito eram estradas.
Nada ajudava a curar dores
de se ter perdido amores.
Guardava para si
o sorriso que não foi
ou que apenas despencou em lágrimas
ou lástimas e choros.
Não queria se abrir novamente,
deixar outros verem sua alma.
Com calma, atravessava
a própria solidão.
Medo de outro amar,
receio de se mostrar arco íris
e depois descorar,
voltar a ser branco
igual estava agora.
Trancada em si mesma,
querendo às vêzes sorrir,
sentir-se viva e outra;
procurar lá fora
aconchegos e abraços,
traços coloridos de outrora.
Mas, sabia que à muito,
já tinha passado sua hora.
Escrita estranha essa, da vida, à escrever bonito ou, às vêzes feio. À nos falar sorrindo ou, às vêzes meio...
quarta-feira, 29 de abril de 2009
terça-feira, 28 de abril de 2009
Canções Estrelas
Quando eu me encontro
para fazer poemas,
o mundo se perde
ou me perco eu
e já não sei mais
o que se escreveu.
Quando eu me chamo
para fazer canções,
o céu vem para cá,
se desviam as estrelas
de seus rumos certos,
só para eu escreve-las.
Quando eu me sorrio
em versos e letras
ou choro em solidões
de amores desfeitos,
fico eu e eu mesmo,
escrevendo desse jeito.
para fazer poemas,
o mundo se perde
ou me perco eu
e já não sei mais
o que se escreveu.
Quando eu me chamo
para fazer canções,
o céu vem para cá,
se desviam as estrelas
de seus rumos certos,
só para eu escreve-las.
Quando eu me sorrio
em versos e letras
ou choro em solidões
de amores desfeitos,
fico eu e eu mesmo,
escrevendo desse jeito.
Melancólico
O olhar quase perdido,
um que de melancolia;
quem sabe, saudades
em cada verso, poesia.
O sorriso sempre pronto
para ser solto, dado,
mas, que ninguém axplica
porque continua guardado.
E arrastando passos,
descompassos à esmo,
segue atraz de alguém;
quem sabe, d'algum abraço,
do amor, aquele mesmo
ou então, de mais ninguém.
um que de melancolia;
quem sabe, saudades
em cada verso, poesia.
O sorriso sempre pronto
para ser solto, dado,
mas, que ninguém axplica
porque continua guardado.
E arrastando passos,
descompassos à esmo,
segue atraz de alguém;
quem sabe, d'algum abraço,
do amor, aquele mesmo
ou então, de mais ninguém.
sábado, 25 de abril de 2009
NÓS
De tantos nós
nós somos feitos;
nós na garganta,
nós no peito.
De tão sós,
somos mesquinhos;
tão solitários,
somos sózinhos.
Que tantos pós,
nos cobrem agora;
cobrem rostos
já fora de hora.
E assim, inquietos
e nocivos e tristonhos,
descobrimos quão tarde é
para novos sonhos.
nós somos feitos;
nós na garganta,
nós no peito.
De tão sós,
somos mesquinhos;
tão solitários,
somos sózinhos.
Que tantos pós,
nos cobrem agora;
cobrem rostos
já fora de hora.
E assim, inquietos
e nocivos e tristonhos,
descobrimos quão tarde é
para novos sonhos.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Juntos
Deixei o meu gozo tardio
no teu corpo largado,
tão lindo e vadio.
Larguei-me depois
que me segurei,
prá que chegasses primeiro.
E chegaste tão linda,
em festas e tremores,
em sussurros e amores;
espasmos de arrepios
e de muitas cores.
Cheguei um pouco depois,
só prá ver tua loucura
em urros e branduras,
em calmarias e agitos
e sorrisos e gritos.
Acho até, que juntos chegamos,
porque no final,
envolvidos, nos misturamos
e adormecemos em melaços,
em sonhos e cansaços !
no teu corpo largado,
tão lindo e vadio.
Larguei-me depois
que me segurei,
prá que chegasses primeiro.
E chegaste tão linda,
em festas e tremores,
em sussurros e amores;
espasmos de arrepios
e de muitas cores.
Cheguei um pouco depois,
só prá ver tua loucura
em urros e branduras,
em calmarias e agitos
e sorrisos e gritos.
Acho até, que juntos chegamos,
porque no final,
envolvidos, nos misturamos
e adormecemos em melaços,
em sonhos e cansaços !
sábado, 11 de abril de 2009
Soneto para Maria
Fazendo um poema para ti !
Logo eu, que desdenhei,
logo eu, que quando te vi,
de lado, sempre te olhei.
Fazendo um poema para ti !
Logo eu, que te fiz chorar,
logo eu, que deixei-te aqui,
para n'outros braços ficar.
Agora, faço um poema amor,
de um jeito que nunca quis,
um jeito que sempre querias
e seja lá, de que modo for,
versos que antes nunca fiz,
viraram soneto para Maria !
Logo eu, que desdenhei,
logo eu, que quando te vi,
de lado, sempre te olhei.
Fazendo um poema para ti !
Logo eu, que te fiz chorar,
logo eu, que deixei-te aqui,
para n'outros braços ficar.
Agora, faço um poema amor,
de um jeito que nunca quis,
um jeito que sempre querias
e seja lá, de que modo for,
versos que antes nunca fiz,
viraram soneto para Maria !
Mentirinha de gente grande
Êle estava a horas sentado naquele banco.
Pequeno, muito pequeno, perninhas penduradas,
olhava de um lado para outro, calado.
As pessoas entravam e saiam;
algumas falavam algo, outras, passavam a mão na sua cabeça,
mas, a maioria sequer reparava que êle estava ali.
No final da tarde, só êle e a moça da limpeza,
que curiosa, lhe perguntou se estava esperando alguém.
Inocência de gente pequena, respondeu que sim,
esperava a mãe.
O avô tinha dito que ela, a mãe, foi conversar com o
Papai do Céu e que voltaria logo.
Se não veio hoje, talves viesse amanhã.
Levantou-se, e cabisbaixo saiu.
A moça da limpeza suspirou, disfarçou uma lágrima
e fechou a porta da igreja.
Amanhã, outro dia de limpeza e de espera,
se Deus quiser.
Pequeno, muito pequeno, perninhas penduradas,
olhava de um lado para outro, calado.
As pessoas entravam e saiam;
algumas falavam algo, outras, passavam a mão na sua cabeça,
mas, a maioria sequer reparava que êle estava ali.
No final da tarde, só êle e a moça da limpeza,
que curiosa, lhe perguntou se estava esperando alguém.
Inocência de gente pequena, respondeu que sim,
esperava a mãe.
O avô tinha dito que ela, a mãe, foi conversar com o
Papai do Céu e que voltaria logo.
Se não veio hoje, talves viesse amanhã.
Levantou-se, e cabisbaixo saiu.
A moça da limpeza suspirou, disfarçou uma lágrima
e fechou a porta da igreja.
Amanhã, outro dia de limpeza e de espera,
se Deus quiser.
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Vinícius
Outro dia, vi o poeta
nos poemas que fazia,
nos versos que cantava,
no uísque que bebia.
Vi o poeta e outro dia,
fui descaradamente
fazendo poesias iguais,
inventadas de repente.
Vi Vinícius tão pequeno,
copo na mão, rima perfeita,
contando das suas flores;
vi o anarquista sereno,
dando uma simples receita
de como cultivar amores !
nos poemas que fazia,
nos versos que cantava,
no uísque que bebia.
Vi o poeta e outro dia,
fui descaradamente
fazendo poesias iguais,
inventadas de repente.
Vi Vinícius tão pequeno,
copo na mão, rima perfeita,
contando das suas flores;
vi o anarquista sereno,
dando uma simples receita
de como cultivar amores !
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Excomunhão
Por mais bela comunhão
que fôsse,
porque me trouxe
aqui, ao teus pés,
em sagrada oração.
Por mais loucas orgias
que se deram,
porque trouxeram
tanta saudade vã,
de tudo o que fazias.
Ou foi comunhão
que se deu,
ou foi puro tesão,
o teu e o meu.
E assim, comungamos.
E assim, pecamos !
que fôsse,
porque me trouxe
aqui, ao teus pés,
em sagrada oração.
Por mais loucas orgias
que se deram,
porque trouxeram
tanta saudade vã,
de tudo o que fazias.
Ou foi comunhão
que se deu,
ou foi puro tesão,
o teu e o meu.
E assim, comungamos.
E assim, pecamos !
terça-feira, 7 de abril de 2009
Encontro encanto
Aqui dentro, um lugar para você,
no mesmo canto de mim,
sem ser bom ou ruim;
um lugar meu, para você.
Algumas flores também,
para serem regadas, molhadas
ou, simplesmente olhadas;
algumas flores também.
Aqui, algumas coisas te dou,
tenho risos e abraços,
pirulitos, piruetas e palhaços;
algumas coisas que sou.
Talves não sejam mesmas cores
dos teus outros ex-amores;
que seja em preto e branco
as cores do nosso canto.
no mesmo canto de mim,
sem ser bom ou ruim;
um lugar meu, para você.
Algumas flores também,
para serem regadas, molhadas
ou, simplesmente olhadas;
algumas flores também.
Aqui, algumas coisas te dou,
tenho risos e abraços,
pirulitos, piruetas e palhaços;
algumas coisas que sou.
Talves não sejam mesmas cores
dos teus outros ex-amores;
que seja em preto e branco
as cores do nosso canto.
A guerra lá de cima
Clarões e trovões.
Espocos e estrondos abalavam
o céu daquele mundo.
Vêz em quando, sentia cairem bem perto
alguns raios, que faiscando,
levantavam poeira.
Gritos e urros embalavam aquela guerra.
E êle podia fazer o que ?
Com aquele tamanhinho,
nem ousava se intrometer,
afinal, era coisa de gente grande,
que do alto dos seus tamanhos
sequer olhavam prá baixo
prá ver se estavam incomodando.
Êle sabia que era sempre assim;
terremotos e maremotos,
quando os pais resolviam brigar.
De cabeça baixa, meio tristinho,
colocou o skate embaixo do braço
e resolveu dar um passeio na Terra.
Quem sabe, as coisas estariam
mais calmas por lá.
Difícil, mas quem sabe...?
Espocos e estrondos abalavam
o céu daquele mundo.
Vêz em quando, sentia cairem bem perto
alguns raios, que faiscando,
levantavam poeira.
Gritos e urros embalavam aquela guerra.
E êle podia fazer o que ?
Com aquele tamanhinho,
nem ousava se intrometer,
afinal, era coisa de gente grande,
que do alto dos seus tamanhos
sequer olhavam prá baixo
prá ver se estavam incomodando.
Êle sabia que era sempre assim;
terremotos e maremotos,
quando os pais resolviam brigar.
De cabeça baixa, meio tristinho,
colocou o skate embaixo do braço
e resolveu dar um passeio na Terra.
Quem sabe, as coisas estariam
mais calmas por lá.
Difícil, mas quem sabe...?
Avessos, inversos e contrários
Tentei encontrar meu avesso,
entrei pelo começo
e me perdi nas minhas idas,
minhas tristes avenidas.
Tentei buscar meu contrário,
comecei pelo imaginário,
eu próprio me encurralei
em sonhos que imaginei
Tentei ser até meu inverso,
me procurei em tantos versos,
foi a toa meu desencanto;
desaforo em forma de canto.
Em avessos, inversos e contrários,
eu mesmo, à sentir-me otário,
porque pensando que me buscava,
nas próprias pernas, tropeçava !
entrei pelo começo
e me perdi nas minhas idas,
minhas tristes avenidas.
Tentei buscar meu contrário,
comecei pelo imaginário,
eu próprio me encurralei
em sonhos que imaginei
Tentei ser até meu inverso,
me procurei em tantos versos,
foi a toa meu desencanto;
desaforo em forma de canto.
Em avessos, inversos e contrários,
eu mesmo, à sentir-me otário,
porque pensando que me buscava,
nas próprias pernas, tropeçava !
Psicodélico
Estava viajando no verde.
Porque mão tinha pernas,
podia ir a qualquer lugar;
sonhos são assim,
fazem viajar nas cores e odores.
Então, resolveu visitá-la,
só queria vê-la,
saber como estava.
Foi chegando de mansinho,
mas, parou meio sem jeito,
reparou que ela sonhava também,
viajava no vermelho.
Bem que êle cismava que ela
tinha um jeito meio largado,
mais sexy.
Será que daria certo
misturar os sonhos ?
Não sabia se as cores combinavam;
poderia até virar um borrão.
Quem sabe ?
Criou coragem e foi em frente.
No final das contas,
certos borrões às vêzes,
nos dão a impressão
de algum significado !
Porque mão tinha pernas,
podia ir a qualquer lugar;
sonhos são assim,
fazem viajar nas cores e odores.
Então, resolveu visitá-la,
só queria vê-la,
saber como estava.
Foi chegando de mansinho,
mas, parou meio sem jeito,
reparou que ela sonhava também,
viajava no vermelho.
Bem que êle cismava que ela
tinha um jeito meio largado,
mais sexy.
Será que daria certo
misturar os sonhos ?
Não sabia se as cores combinavam;
poderia até virar um borrão.
Quem sabe ?
Criou coragem e foi em frente.
No final das contas,
certos borrões às vêzes,
nos dão a impressão
de algum significado !
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Olha aqui...
Não gosto de falar
de sentimentos e corações
pela internet.
Não dá certo.
O olho no olho
é que desvenda segredos,
conversa coisas boas
e descobre mentiras.
Assim, podemos nos descobrir.
Você pode ver
minhas pequenas mentiras
e eu, suas grandes verdades.
de sentimentos e corações
pela internet.
Não dá certo.
O olho no olho
é que desvenda segredos,
conversa coisas boas
e descobre mentiras.
Assim, podemos nos descobrir.
Você pode ver
minhas pequenas mentiras
e eu, suas grandes verdades.
Tão simples, tão difícil.
No centro da mesa redonda,
meia dúzia de garrafas vazias
-as cervejas que tinham bebido,
mais os "rabos de galo",
prá esquentar os rabos.
Nem um, nem outro, sabiam porque
a discussão tinha começado.
O certo é que estava ficando
cada vêz pior.
Até a mãe -de um, porque a do outro,
que Deus a tenha- já tinha entrado no meio.
Quando já estavam quase chegando
às vias de fato, entrando na porrada mesmo,
lembraram o motivo da arenga:
era prá ver quem pagava a conta.
O garçom, que estava ao lado,
pronto prá correr se sobrasse prá êle,
foi quem resolveu o problema
da forma mais sensata possível:
dividiu a conta, levou dez por cento
e ficou tudo certo.
Pois é...é prá isso que serve a cachaça,
às vêzes une, outras vêzes, divide !
meia dúzia de garrafas vazias
-as cervejas que tinham bebido,
mais os "rabos de galo",
prá esquentar os rabos.
Nem um, nem outro, sabiam porque
a discussão tinha começado.
O certo é que estava ficando
cada vêz pior.
Até a mãe -de um, porque a do outro,
que Deus a tenha- já tinha entrado no meio.
Quando já estavam quase chegando
às vias de fato, entrando na porrada mesmo,
lembraram o motivo da arenga:
era prá ver quem pagava a conta.
O garçom, que estava ao lado,
pronto prá correr se sobrasse prá êle,
foi quem resolveu o problema
da forma mais sensata possível:
dividiu a conta, levou dez por cento
e ficou tudo certo.
Pois é...é prá isso que serve a cachaça,
às vêzes une, outras vêzes, divide !
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