sábado, 1 de maio de 2010

Meu velho

Gostaria de te ver envelhecido.
Um pouco senil, talvez, com aquelas manias
que têm os velhos, porém, do meu lado.
E essa tua falta, me traz a certeza
de que eu teria paciência contigo;
a paciência que eu não tenho com netos,
sei que terias comigo,
pois, teu mundo era outro.
Tempo de senhores e senhoras,
tempo do "por favor" e do "desculpe".
Pensando bem, acho que não irias
se acostumar com nosso hoje,
hoje, existe o "tem a manha" e o "foi mal".
Hoje, jovens ficam adultos mais cedo;
colheita temporã, em que,
amadurecidos antes do tempo,
são frutos insossos e frágeis.
Mesmo assim e apesar de tudo,
gostaria de ter-te aqui, comigo.
E essas diferenças e dificuldades,
tenho certeza, tiraríamos de letra.
Nossos amanheceres, teriam esperança,
o dia transcorreria com aquela calma
que só o companheirismo pode trazer
e nosso anoitecer, teria a certeza
de conversas amenas e sábias.
Então, o nosso tempo, só o nosso,
seria um outro tempo.
É isso aí, meu velho.

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