Meia hora ali, parado,
fitando não se sabe o quê,
olhando não se sabe prá onde.
A caneta muda, esperava por ela
e ela não vinha.
No papel, o poema quase pronto,
inacabado, esperando por alguém
que teimava em não chegar.
Êle podia senti-la pairando por ali,
fazendo cócegas na mão,
pronta prá sair, mas não saia.
Pensou até em por outra no lugar;
rimava do mesmo jeito,
mas, não combinava porque não era ela.
Cansado de esperar por quém não vinha,
resolveu sair, dar uma volta, espairecer.
Quem sabe, não pensando mais,
ela viria.
Largou a caneta,
deixou o papel em cima da mesa e saiu.
Mal abriu a porta, parou.
Mistura de surpresa, espanto e decepção.
Do outro lado da rua, passando, ela,
solta, leve e bela, muito bela,
abraçada com alguém que êle não conhecia.
Estampado no rosto, um sorriso,
aquele sorriso que êle bem conhecia.
Triste, deu meia volta,
guardou a caneta,
rasgou o poema e jogou no lixo.
A certeza de que nunca mais iria termina-lo.
2 comentários:
Leão,
Peraí, deixa eu sentar...
ESTOU TE APLAUDINDO EM PÉ... que lindo!!!!!
Gosto menos de sonetos... seus versos livres, chegaram a voar... triste, porém muito, muito, muito, lindo... Leão, ô Leão!!! BEIJOS DESTA SELVA
Leão,
Postei seu poema no meu Blog... entra lá pra ver... espero que náo se incomode... BEIJOS LEONINOS
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