segunda-feira, 15 de março de 2010

Pocotó

A reconhecia de longe.
Pelo som que fazia;
um pocotó firme, compassado.
Quando cavalgávamos,
era uma beleza.
Não usávamos sela,
era em pelo;
pele contra pele,
esfregação gostosa,
puro animal.
A gente cavalgando
e o suor escorrendo.
Uma delícia de cavalgada.

Foi embora, porque a oferta
foi irrecusável.
Todos sabemos que o dinheiro
compra quase tudo.
Então se foi,
trocou minha grama, pela grana.

Ah ! Que saudades da Pocotó !
Pastando agora, noutros pastos,
que não são os meus !

Nenhum comentário: