quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Só depois

Não posso, não quero
e nem devo morrer agora.
Não, sem antes te encontrar
e sentir teu gosto em mim.
Depois, terei a vida toda
para finalmente, morrer.

Quero passar janeiros,
despertar em fevereiros
e adormecer em marços.
Quero ter-te em setembros
e resmungar nos outubros
em que não te verei.

Não posso, não quero
e nem devo morrer agora.
Não, sem antes sentir-te
em adoráveis perfumes
e olhar tuas cores.
Depois, terei toda uma vida
para ser queixumes;
sentir mortes e dores.

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