É um Zé à esquerda
e outro à direita.
Prá todo lado que se olha,
vê-se um, dois...milhares;
olhares de quem não entende,
que vende os braços
em troca de nada.
É um Zé em cima
e outro em baixo.
Prá toda a altura que se tem,
vê-se tantos, fazendo massa;
passa de mão em mão
na colher de pedreiro.
Certeiro prato sem talher.
Quer comida na mesa.
É um Zé na frente
e outro atráz,
detrás de tantos sonhos;
medonhos pesadelos de fome,
que come à olhos vistos.
Uma vêz por mês, o banquete,
na certeza do frango à passarinho;
coitadinho, tão magro.
No trago da cachaça
prá aguentar o frio.
Que quente companheira,
essa pinga bendita;
maldita, que mata o arrepio
e também tantos manés.
Pois é...é assim que vivem os Zés.
Porque hora extra,
só serve prá comprar cafuné
das putas da esquina.
"Por cima, Zé, vem por cima
que hoje tô tão cansada".
Mas, pelo menos,
mostra-se apaixonada
pelos cobres;
pobres dos Zés !
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