Tempo de solidão,
de ouvir a rouquidão da Elza;
um lamento chegando aqui,
na música prá um guri.
Tempo de conversar
com a alma nossa
e de falar, talves,
um pouco de tristeza
e da incerteza
que o dia seguinte trará.
Tempo de recolhimento,
de escolher pensamentos.
De saber do certo, do errado
ou de mudar de lado,
pegar um outro caminho
onde não andemos sózinhos;
uma estrada mais leve,
que não nos canse tanto.
E, se houver uma reza,
rezemos sem ter a obrigação
daquela procissão;
aquela mesma que passa,
recolhendo almas desgarradas,
aos seus corpos agarradas.
Então, deixemos de vêz
as tolas orações
que já não nos servem.
Brindemos à nós,
depois, sopremos os pós
dos casacos pendurados,
como almas penadas
e sigamos em frente,
rumo ao tudo ou nada.
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