Vez em quando, é bom a gente
relembrar o tempo de criança.
O primeiro brinquedo,
o primeiro dia de aula,
a primeira namorada, primeiro beijo.
Lembrei então, da minha primeira calça comprida.
Eu e meu irmão mais velho,
deviamos ter por volta de dez anos,
quando fomos obrigados a vestir as pernas.
Aquilo pra mim foi o fim do mundo
ou melhor, o fim da infância,
fim da traquinagem.
O simples fato de vestir calça comprida,
foi como se me obrigassem
a entrar à força no mundo crescido,
mundo de gente grande.
Não lembro se meu irmão chorou;
eu, abri o bocão.
Foi o fim e o início de muitas coisas pra mim.
Fim da liberdade, do ventinho nas pernas
e da alegria de ser moleque.
Início de outro mundo
e de responsabilidades,
coisa que confesso, não sei direito o que é.
Com filhos e netos, continuo ainda
a não saber muito bem o que é ser responsável.
De uma certa maneira e no bom sentido,
continuo a não honrar a calça que visto.
Continuo cá, a fazer as minhas molecagens.
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