Vou aspirar e limpar minha alma,
me enxaguar e polir novamente,
ficar pronto para novas festas;
o triste, não mais me pertence.
Vou alisar minhas superfícies,
brilhar cantos, iluminar frestas,
dar um fim nas imundícies
e na sujeira que ainda resta.
Me preparar para outro amor
e quando êle então, acontecer,
não encontrará aqui, a dor;
só meu lindo alvorecer !
Escrita estranha essa, da vida, à escrever bonito ou, às vêzes feio. À nos falar sorrindo ou, às vêzes meio...
domingo, 28 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Proposta indecente
Quero te propor
juntar-mos meu sol e a tua lua,
abandonar-mos de vez
estas nossas tristes ruas
e ir-mos além.
Além, pode ser ali,
também pode ser aqui;
além, pode ser longe,
onde nascem arco -íris.
Quero te propor,
com uma abusada inocência,
com um indecente tesão,
que juntemos para sempre,
nossos corpos, nossas almas
e aquietemos agora,
o teu, o meu coração !
juntar-mos meu sol e a tua lua,
abandonar-mos de vez
estas nossas tristes ruas
e ir-mos além.
Além, pode ser ali,
também pode ser aqui;
além, pode ser longe,
onde nascem arco -íris.
Quero te propor,
com uma abusada inocência,
com um indecente tesão,
que juntemos para sempre,
nossos corpos, nossas almas
e aquietemos agora,
o teu, o meu coração !
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Em pecado
Defeitos grandes ou pequenos,
melhor não te-los.
Por isso, nascemos anjos, mas,
nos perdemos no caminho.
Pecados sérios ou não,
melhor não comete-los.
Por isso, nascemos santos, mas
depois, pecamos que só o diabo.
Às vezes, somos humildes,
baixamos as cabeças,
beijamos dos padres,
anéis e mãos e indignados,
percebemos que aqueles anéis
podem pagar tantos pães.
Então, mandamos tudo à merda;
que papas e bispos se fodam.
Talves, tenham eles,
todos os grandes defeitos
e cometam tantos sérios pecados.
Não, não vale nunca à pena,
a dor da nossa consciência !
melhor não te-los.
Por isso, nascemos anjos, mas,
nos perdemos no caminho.
Pecados sérios ou não,
melhor não comete-los.
Por isso, nascemos santos, mas
depois, pecamos que só o diabo.
Às vezes, somos humildes,
baixamos as cabeças,
beijamos dos padres,
anéis e mãos e indignados,
percebemos que aqueles anéis
podem pagar tantos pães.
Então, mandamos tudo à merda;
que papas e bispos se fodam.
Talves, tenham eles,
todos os grandes defeitos
e cometam tantos sérios pecados.
Não, não vale nunca à pena,
a dor da nossa consciência !
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Mortos olhares
Dizem que os olhos
são espelhos da alma e eu,
quando vejo teus mortos olhares,
fico à imaginar, se tua alma
já não é morta;
porque me fitas assim,
com esse desprezo tão vivo,
com esse corpo tão esquivo.
Dizem que os olhos
são espelhos da alma e eu,
quando fito meus olhares,
vejo só um desespero.
Uns caminhos negros,
que não sei aonde levam.
E se vejo-me assim, tão triste,
é que em mim, você ainda existe.
Dizem que os olhos são janelas,
por onde brilham sóis ou luas.
Então, pela luz
destes perdidos olhares,
dá-me outra vez o brilho dos teus,
faz-se arco íris dos olhos meus !
são espelhos da alma e eu,
quando vejo teus mortos olhares,
fico à imaginar, se tua alma
já não é morta;
porque me fitas assim,
com esse desprezo tão vivo,
com esse corpo tão esquivo.
Dizem que os olhos
são espelhos da alma e eu,
quando fito meus olhares,
vejo só um desespero.
Uns caminhos negros,
que não sei aonde levam.
E se vejo-me assim, tão triste,
é que em mim, você ainda existe.
Dizem que os olhos são janelas,
por onde brilham sóis ou luas.
Então, pela luz
destes perdidos olhares,
dá-me outra vez o brilho dos teus,
faz-se arco íris dos olhos meus !
Meus porres
Tenho necessidade, às vezes,
de embarcar em viagens,
me encharcar de cervejas,
ir para outras paragens.
E nem sei como é que volto,
nem sei bem onde chego
mas, é certo que retorno
com nova cara, outro sossego.
Tenho necessidade, às vezes,
de um outro embebedar
e então, a vontade de partir,
sem nunca querer voltar.
de embarcar em viagens,
me encharcar de cervejas,
ir para outras paragens.
E nem sei como é que volto,
nem sei bem onde chego
mas, é certo que retorno
com nova cara, outro sossego.
Tenho necessidade, às vezes,
de um outro embebedar
e então, a vontade de partir,
sem nunca querer voltar.
Entrega
Quero em ti me esfregar,
quero pra ti me entregar
inteiro, de corpo e alma,
com toda volúpia ou calma.
E ouvir todos os lados
daquele teu simples fado;
ver todas aquelas caras,
das tuas mesmas taras.
Quero também tua esfrega,
do jeito que se entrega,
em pele suada e nua,
nesse fogo da paixão crua.
quero pra ti me entregar
inteiro, de corpo e alma,
com toda volúpia ou calma.
E ouvir todos os lados
daquele teu simples fado;
ver todas aquelas caras,
das tuas mesmas taras.
Quero também tua esfrega,
do jeito que se entrega,
em pele suada e nua,
nesse fogo da paixão crua.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Cinzas e névoas
Meu coração escureceu
com as cores do céu,
com as cores do mar;
arco íris de uma só cor,
tanta tristeza no teu olhar.
Minha alma entristeceu
com o escuro que vi
onde não esperava ver;
um negrume nos teus olhos,
uma dor de se morrer.
Que meu coração é sempre assim,
chora pelas dores alheias.
Qual lâmina que entrasse em mim,
é tua névoa que me rodeia.
com as cores do céu,
com as cores do mar;
arco íris de uma só cor,
tanta tristeza no teu olhar.
Minha alma entristeceu
com o escuro que vi
onde não esperava ver;
um negrume nos teus olhos,
uma dor de se morrer.
Que meu coração é sempre assim,
chora pelas dores alheias.
Qual lâmina que entrasse em mim,
é tua névoa que me rodeia.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Purgatório
Até quando rezaremos
esta missa de corpo presente,
se nossos pensamentos, almas,
estão longe, são ausentes.
Até quando dividiremos
o mesmo quarto, mesma cama;
triste ringue de disputas,
patético palco do nosso drama.
Até quando, a pequenez
de não termos mais a coragem,
sequer aquele senso de juízo
de não vermos o que se fêz.
Cobrimos espelhos e sem imagens,
fingimos que aqui, é paraíso.
esta missa de corpo presente,
se nossos pensamentos, almas,
estão longe, são ausentes.
Até quando dividiremos
o mesmo quarto, mesma cama;
triste ringue de disputas,
patético palco do nosso drama.
Até quando, a pequenez
de não termos mais a coragem,
sequer aquele senso de juízo
de não vermos o que se fêz.
Cobrimos espelhos e sem imagens,
fingimos que aqui, é paraíso.
Alquimia
Fiz-me poeta
sem ser.
Tornei-me profeta
sem querer.
Sonhador olhei-te
e te vi brancura;
solitário agora,
ando à procura.
Busco assim,
suprema alquimia
de trazer em mim,
a clara alegria;
fazer da lua
e das estrelas,
a presença tua.
E canto serestas
prá quem ouvir,
que no peito
o que resta,
é dolorido calo
à doer sem jeito,
toda vêz que falo!
sem ser.
Tornei-me profeta
sem querer.
Sonhador olhei-te
e te vi brancura;
solitário agora,
ando à procura.
Busco assim,
suprema alquimia
de trazer em mim,
a clara alegria;
fazer da lua
e das estrelas,
a presença tua.
E canto serestas
prá quem ouvir,
que no peito
o que resta,
é dolorido calo
à doer sem jeito,
toda vêz que falo!
Canibal
Canibal que sou,
quero agora
saciar-me contigo.
Animal, eu vou
primeiro ser amigo
depois, igual, pior
que outros todos;
cheio de vícios,
mentiras, emgôdos.
Então, vá depressa
depois do amor.
Não dê, nem peça
mais do que isso,
que só o que resta
agora, é dor;
a parte que presta
e ama ainda,
rápido adormece
e na hora seguinte,
te nega, esquece.
É assim que sou:
chupo teus ossos,
idolatro e amo
o mais que posso.
Depois, te jogo
sempre ao acaso;
me limpo de ti,
te peço, te rogo
que partas urgente,
prá depois, amanhã,
devorar-te novamente!
quero agora
saciar-me contigo.
Animal, eu vou
primeiro ser amigo
depois, igual, pior
que outros todos;
cheio de vícios,
mentiras, emgôdos.
Então, vá depressa
depois do amor.
Não dê, nem peça
mais do que isso,
que só o que resta
agora, é dor;
a parte que presta
e ama ainda,
rápido adormece
e na hora seguinte,
te nega, esquece.
É assim que sou:
chupo teus ossos,
idolatro e amo
o mais que posso.
Depois, te jogo
sempre ao acaso;
me limpo de ti,
te peço, te rogo
que partas urgente,
prá depois, amanhã,
devorar-te novamente!
Amargo poema
Falo do concreto
e do abstrato,
de modo incorreto
palavras maltrato.
Falo assim,
tão rude, vulgar,
deixando frases
fora do lugar.
Porque não sou
violeiro, cantor,
faço poemas.
Mas, que rimas
tristes essas,
cheias de dor?
Entre ficar calado
ou então falar,
às vêzes até acho
que o falado,
tinha que calar.
Por isso choro
nos versos que faço
e se ignoro
frases bem feitas,
é que sou dor,
tristeza, cansaço!
e do abstrato,
de modo incorreto
palavras maltrato.
Falo assim,
tão rude, vulgar,
deixando frases
fora do lugar.
Porque não sou
violeiro, cantor,
faço poemas.
Mas, que rimas
tristes essas,
cheias de dor?
Entre ficar calado
ou então falar,
às vêzes até acho
que o falado,
tinha que calar.
Por isso choro
nos versos que faço
e se ignoro
frases bem feitas,
é que sou dor,
tristeza, cansaço!
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Um passeio dentro de mim
Dia destes, estive pensando
que gostaria de ter nascido outro,
mais largado, mais solto, mais pândego,
do sorriso fácil e descomplicado.
Seria melhor experimentar diferenças,
não ser esse caracol,
que só põe a cara pra fora
de vêz em quando.
Não ser canto; antes, ser meio,
não ter esse siso,
que espanta e afugenta.
Talves, brincar um pouco mais
e sempre ter uma piada na boca,
presa entre dentes.
Entretanto, sou assim
e não me desgosto,
me gosto até demais,
me levo pra passear sempre que posso
mas, são passeios que sei,
você não aprecia.
Passeios cheios de versos e rimas,
onde tento me descobrir um pouco mais.
O problema, é que descubro sempre,
que a cada dia que passa,
a cada idade acrescentada,
vou ficando cada vêz mais sem graça.
Que desgraça a minha !
que gostaria de ter nascido outro,
mais largado, mais solto, mais pândego,
do sorriso fácil e descomplicado.
Seria melhor experimentar diferenças,
não ser esse caracol,
que só põe a cara pra fora
de vêz em quando.
Não ser canto; antes, ser meio,
não ter esse siso,
que espanta e afugenta.
Talves, brincar um pouco mais
e sempre ter uma piada na boca,
presa entre dentes.
Entretanto, sou assim
e não me desgosto,
me gosto até demais,
me levo pra passear sempre que posso
mas, são passeios que sei,
você não aprecia.
Passeios cheios de versos e rimas,
onde tento me descobrir um pouco mais.
O problema, é que descubro sempre,
que a cada dia que passa,
a cada idade acrescentada,
vou ficando cada vêz mais sem graça.
Que desgraça a minha !
Cruéis rimas
Sou um solitário procurar,
tentando ler e te decifrar.
Porque leio nas entrelinhas
e vejo conversas minhas.
Um louco, procurando assim,
te querendo em simples poemas,
te buscando em doces rimas
e me enganando, apenas.
Então, te peço mais uma vêz,
apaga tuas mal traçadas linhas,
esquece tua caneta encanto;
deixa afinal, minh`alma sózinha !
tentando ler e te decifrar.
Porque leio nas entrelinhas
e vejo conversas minhas.
Um louco, procurando assim,
te querendo em simples poemas,
te buscando em doces rimas
e me enganando, apenas.
Então, te peço mais uma vêz,
apaga tuas mal traçadas linhas,
esquece tua caneta encanto;
deixa afinal, minh`alma sózinha !
Sou eu, sou breu
Ultimamente, não tenho falado
com a minha própria alma;
ando tão distante de mim
e só lido com minha parte ruim.
Não tenho tempo para amores,
não dou tempo aos amigos
para me entenderem um pouco;
me olho no espelho, me vejo louco.
Ultimamente, não tenho reparado
nem nas cores, nem no mar;
dia destes, o azul, procurei
e me perdi nos breus que criei.
Dizem que ando meio esquisito,
que ando feio; do bonito, esqueci.
E me pergunto em qual esquina,
que um dia qualquer, me perdi ?
com a minha própria alma;
ando tão distante de mim
e só lido com minha parte ruim.
Não tenho tempo para amores,
não dou tempo aos amigos
para me entenderem um pouco;
me olho no espelho, me vejo louco.
Ultimamente, não tenho reparado
nem nas cores, nem no mar;
dia destes, o azul, procurei
e me perdi nos breus que criei.
Dizem que ando meio esquisito,
que ando feio; do bonito, esqueci.
E me pergunto em qual esquina,
que um dia qualquer, me perdi ?
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Despudoradamente, eu
Já nem sei do homem em mim,
tropeço até no que tenho
entre as pernas;
esqueci dos lares e casernas.
Já nem sei onde fui parar,
me perdi em loucos tesões,
deixei escapar
apaixonados corações.
Já nem sei do homem que eu era;
talves, ande por aí,
à procura de outros amores.
Pobre coitado, sem eira nem beira,
à foder com todas, com tudo,
sem saber o que são pudores.
Só falando, pensando
e fazendo tantas besteiras !
tropeço até no que tenho
entre as pernas;
esqueci dos lares e casernas.
Já nem sei onde fui parar,
me perdi em loucos tesões,
deixei escapar
apaixonados corações.
Já nem sei do homem que eu era;
talves, ande por aí,
à procura de outros amores.
Pobre coitado, sem eira nem beira,
à foder com todas, com tudo,
sem saber o que são pudores.
Só falando, pensando
e fazendo tantas besteiras !
Mais um dia
Se este dia fosse outro,
mas, é o mesmo, de novo;
travestiu-se d`alguma festa,
colocou gravata e paletó,
querendo o que me resta.
Se este dia quisesse chegar
com as asas de um anjo,
não mais me enganaria;
viria naquele voejar
das mesmas horas e dias.
Dia igual outros quaisquer,
que chegaram e foram embora;
vestes diferentes, outras cores,
nova pintura no rosto,
mas, disfarçando mesmas dores.
Se este dia fosse outro,
não faria arremedo do novo,
não seria os mesmos ares,
nem traria mesmas lembranças;
teria jeito de novos luares.
mas, é o mesmo, de novo;
travestiu-se d`alguma festa,
colocou gravata e paletó,
querendo o que me resta.
Se este dia quisesse chegar
com as asas de um anjo,
não mais me enganaria;
viria naquele voejar
das mesmas horas e dias.
Dia igual outros quaisquer,
que chegaram e foram embora;
vestes diferentes, outras cores,
nova pintura no rosto,
mas, disfarçando mesmas dores.
Se este dia fosse outro,
não faria arremedo do novo,
não seria os mesmos ares,
nem traria mesmas lembranças;
teria jeito de novos luares.
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Meus Carnavais
Nos Carnavais, eu me recolho.
Não me molho em salgados suores,
nem mergulho em geladas cervejas;
fico só, lembrando velhos amores.
Nos Carnavais, me aquieto;
eu, que sempre sou tão pacato,
me escondo mais ainda,
fujo desses tolos desacatos.
Meus Carnavais são assim,
eu, bem mais perto de mim.
Bocas, olhares, todos mudos,
na distância de ti e de tudo.
Não me molho em salgados suores,
nem mergulho em geladas cervejas;
fico só, lembrando velhos amores.
Nos Carnavais, me aquieto;
eu, que sempre sou tão pacato,
me escondo mais ainda,
fujo desses tolos desacatos.
Meus Carnavais são assim,
eu, bem mais perto de mim.
Bocas, olhares, todos mudos,
na distância de ti e de tudo.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Destino
Quem sabe, por quais ruas andamos,
em que esquinas paramos,
que cruzamentos cruzamos.
Quem sabe, naquela festa, nosso olhar fitou,
meu ombro no teu resvalou
e sem querer, se desculpou.
Quem sabe, se naquela rua,
naquela esquina ou cruzamento,
tivéssemos nos dado um momento
pra gente enfim, se conhecer.
Quem sabe, se naquela festa,
aquele nosso simples olhar,
aquela nosso simples resvalar,
pudessem afinal, se apresentar.
Mas, quem sabe, ainda haja tempo
pra gente poder mudar.
Então, vamos outra vêz andar
por aquelas mesmas ruas,
outra vêz dançar a dança tua.
E naquela próxima festa,
aproveitar todo o tempo
do que ainda nos resta.Infanticídio
Mata a mosca
da tua cabeça,
que embora
te esqueças,
és pobre, tosca.
Espanta o inseto
que te rodeia
e que agora,
apenas saqueia
esse teu resto.
Tola rebeldia
do corpo doente,
que já hospedou
tão inocente
flor que viria.
Prematura velhice
amargas agora,
tão pálida, triste;
morta criança
que inocente chora.
Amargo poema
Mata a mosca
da tua cabeça,
que embora
te esqueças,
és pobre, tosca.
Espanta o inseto
que te rodeia
e que agora,
apenas saqueia
esse teu resto.
Tola rebeldia
do corpo doente,
que já hospedou
tão inocente
flor que viria.
Prematura velhice
amargas agora,
tão pálida, triste;
morta criança
que inocente chora.
da tua cabeça,
que embora
te esqueças,
és pobre, tosca.
Espanta o inseto
que te rodeia
e que agora,
apenas saqueia
esse teu resto.
Tola rebeldia
do corpo doente,
que já hospedou
tão inocente
flor que viria.
Prematura velhice
amargas agora,
tão pálida, triste;
morta criança
que inocente chora.
Infanticídio
Mata a mosca
da tua cabeça,
que embora
te esqueças,
és pobre, tosca.
Espanta o inseto
que te rodeia
e que agora,
apenas saqueia
esse teu resto.
Tola rebeldia
do corpo doente,
que já hospedou
tão inocente
flor que viria.
Prematura velhice
amargas agora,
tão pálida, triste;
morta criança
que inocente chora.
da tua cabeça,
que embora
te esqueças,
és pobre, tosca.
Espanta o inseto
que te rodeia
e que agora,
apenas saqueia
esse teu resto.
Tola rebeldia
do corpo doente,
que já hospedou
tão inocente
flor que viria.
Prematura velhice
amargas agora,
tão pálida, triste;
morta criança
que inocente chora.
Romântico
Ser romântico
é ser meio,
nunca ser inteiro,
nunca ser cheio.
Ter no coração,
lugar prá quem
tráz uma nova
e louca paixão.
Ser romântico
é ter tudo
ou não ter nada;
às vêzes mudo,
língua travada
e olhar prá lua
mesmo estando
no meio da rua.
Ser romântico
é ser louco,
gritar ao mundo
mesmo sendo rouco,
que para amar,
estar no paraíso,
basta sómente
perder o juízo!
é ser meio,
nunca ser inteiro,
nunca ser cheio.
Ter no coração,
lugar prá quem
tráz uma nova
e louca paixão.
Ser romântico
é ter tudo
ou não ter nada;
às vêzes mudo,
língua travada
e olhar prá lua
mesmo estando
no meio da rua.
Ser romântico
é ser louco,
gritar ao mundo
mesmo sendo rouco,
que para amar,
estar no paraíso,
basta sómente
perder o juízo!
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Vazios
Quando não tem ninguém em casa,
porque a alma, já há muito se foi;
quando só existe um imenso vazio,
nem alguém para dizer sequer " oi" .
São só ecos, o que agora ouvimos,
no imenso espaço dentro de nós;
as flores, regadas com lágrimas,
à tempos secaram, viraram pós.
É um monólogo desesperançado,
conversa à sós, na triste penumbra,
passos sem rumo, no ermo corpo;
sepultos vivos, em fria catacumba.
porque a alma, já há muito se foi;
quando só existe um imenso vazio,
nem alguém para dizer sequer " oi" .
São só ecos, o que agora ouvimos,
no imenso espaço dentro de nós;
as flores, regadas com lágrimas,
à tempos secaram, viraram pós.
É um monólogo desesperançado,
conversa à sós, na triste penumbra,
passos sem rumo, no ermo corpo;
sepultos vivos, em fria catacumba.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Viajante
Um dia,
cismou de chegar,
sabe-se lá porque.
se acomodou, gostou
resolveu ficar.
Outro dia,
se aconchegou,
me teve nos braços,
então. me amou.
E fomos um só;
almas enlaçadas,
em sonhadoras
noites enluaradas.
Até que um dia,
cismou e partiu.
Levou minh'alma,
deixou em meu corpo
o gosto do cio.
cismou de chegar,
sabe-se lá porque.
se acomodou, gostou
resolveu ficar.
Outro dia,
se aconchegou,
me teve nos braços,
então. me amou.
E fomos um só;
almas enlaçadas,
em sonhadoras
noites enluaradas.
Até que um dia,
cismou e partiu.
Levou minh'alma,
deixou em meu corpo
o gosto do cio.
Pré Juízo
Não me tenha
sob tutela,
nem me venha
com querelas,
que sou pouco
e um tanto
quanto louco,
sou pacato
e se preciso,
sou desacato.
Não me jogue
o teu olhar,
êle é prá quem
for te amar.
Não me iludo
com teu sorriso,
que perco você
e perco tudo,
só não perco
o meu juízo !
sob tutela,
nem me venha
com querelas,
que sou pouco
e um tanto
quanto louco,
sou pacato
e se preciso,
sou desacato.
Não me jogue
o teu olhar,
êle é prá quem
for te amar.
Não me iludo
com teu sorriso,
que perco você
e perco tudo,
só não perco
o meu juízo !
Abandono
Me ensinaste a te amar,
então, amei tanto
que até deixei
a vida num canto.
Me ansinaste a te querer,
então, te quis
tão intensamente
que até te fiz
flor, fruto e semente.
Flor girassol;
fruta maçã,
aqui presente
tal qual manhã.
Depois, este corpo
por onde andavas,
este seguro porto
onde te ancoravas,
virou tristeza, abandono.
Hoje, é morto;
um cais sem dono,
chão sem semente,
que espera você
mulher, novamente.
então, amei tanto
que até deixei
a vida num canto.
Me ansinaste a te querer,
então, te quis
tão intensamente
que até te fiz
flor, fruto e semente.
Flor girassol;
fruta maçã,
aqui presente
tal qual manhã.
Depois, este corpo
por onde andavas,
este seguro porto
onde te ancoravas,
virou tristeza, abandono.
Hoje, é morto;
um cais sem dono,
chão sem semente,
que espera você
mulher, novamente.
A Teia
Essa teia
que nos enleia,
sem parar
bombeia
alimento prá nossa
veia.
Por isso creia:
nossa vida
e a alheia,
ligadas por uma
centelha,
se satisfazem
nessa ceia.
Que toda coisa
feia,
não cresce,
não alteia;
só o amor clareia
e a vida
incendeia.
que nos enleia,
sem parar
bombeia
alimento prá nossa
veia.
Por isso creia:
nossa vida
e a alheia,
ligadas por uma
centelha,
se satisfazem
nessa ceia.
Que toda coisa
feia,
não cresce,
não alteia;
só o amor clareia
e a vida
incendeia.
Álcoolirismo
Profeta do bar,
homem comum
de tantas cervejas.
És muito, és um
deus viajante;
sonhos espumas
do que desejas.
O teu coração
é reino encantado,
onde teus deuses
loucos, embriagados,
bebem goles, ilusão.
És um deus,
zeus mitológico
à entornar copos
de pura alegria;
passaportes mágicos
para a tua
bêbada fantasia!
homem comum
de tantas cervejas.
És muito, és um
deus viajante;
sonhos espumas
do que desejas.
O teu coração
é reino encantado,
onde teus deuses
loucos, embriagados,
bebem goles, ilusão.
És um deus,
zeus mitológico
à entornar copos
de pura alegria;
passaportes mágicos
para a tua
bêbada fantasia!
Clausura
Enclausurados,
desejos nasceram
daquele lado.
Então aprenderam
que amores,
são pecados.
Em si próprias,
abraços ardentes,
que aos alheios,
são impróprios,
são doentes.
No albergue desamor,
aquelas meninas
são corações,
são emoções;
delicada palidez,
cada vêz
mais masculinas.
desejos nasceram
daquele lado.
Então aprenderam
que amores,
são pecados.
Em si próprias,
abraços ardentes,
que aos alheios,
são impróprios,
são doentes.
No albergue desamor,
aquelas meninas
são corações,
são emoções;
delicada palidez,
cada vêz
mais masculinas.
Metades
Ser metade é caminhar
no labirinto.
É ansiar,
ser faminto.
Procurar a claridade
e ter em si
só a saudade.
Ser metade é caminhar
certo que mais além,
a outra parte
que lhe convém,
ainda não sabe
que para se completar,
basta apenas receber
e então acomodar
essa minha porção
que lhe cabe.
no labirinto.
É ansiar,
ser faminto.
Procurar a claridade
e ter em si
só a saudade.
Ser metade é caminhar
certo que mais além,
a outra parte
que lhe convém,
ainda não sabe
que para se completar,
basta apenas receber
e então acomodar
essa minha porção
que lhe cabe.
Santa mulher
Santa mulher
tão pura, tão puta,
que nega e quer;
inocente, astuta.
Santa mulher
tão virgem, vadia,
uma qualquer
ou apenas Maria.
Santa mulher
do lar ou da zona,
de onde quiser,
no cetim, na lona.
Santa mulher
do altar ou do chão,
não sabe sequer
uma só oração.
Santa mulher
tão pura, tão puta,
se diz que não quer,
me engole, me chupa.
tão pura, tão puta,
que nega e quer;
inocente, astuta.
Santa mulher
tão virgem, vadia,
uma qualquer
ou apenas Maria.
Santa mulher
do lar ou da zona,
de onde quiser,
no cetim, na lona.
Santa mulher
do altar ou do chão,
não sabe sequer
uma só oração.
Santa mulher
tão pura, tão puta,
se diz que não quer,
me engole, me chupa.
Insano
No peito cabe
toda a tristeza
do mundo.
De insano,
de pureza,
de imundo,
de mundano.
Adulto imberbe,
à usar
o que não serve,
à procurar
em trôpega,
longa caminhada,
a companhia
d'alguma alma
desenganada.
toda a tristeza
do mundo.
De insano,
de pureza,
de imundo,
de mundano.
Adulto imberbe,
à usar
o que não serve,
à procurar
em trôpega,
longa caminhada,
a companhia
d'alguma alma
desenganada.
Cara ou Coroa
A tua cara
que bem conheço,
diz-me séria
que não mereço.
Mas, teu outro lado,
diz-me loucuras;
obscenas palavras,
entre risos e juras.
A tua cara
que me mostras,
diz-me sempre
que não gostas;
a outra porém,
desavergonhada,
exibe o encanto
da pessoa ousada.
Então,
sou sincero:
entre a cara
ou a coroa,
cara não quero
que teu outro lado,
é a parte boa !
que bem conheço,
diz-me séria
que não mereço.
Mas, teu outro lado,
diz-me loucuras;
obscenas palavras,
entre risos e juras.
A tua cara
que me mostras,
diz-me sempre
que não gostas;
a outra porém,
desavergonhada,
exibe o encanto
da pessoa ousada.
Então,
sou sincero:
entre a cara
ou a coroa,
cara não quero
que teu outro lado,
é a parte boa !
Beatomania
Era tão santo,
tão crente
que rezava
toda manhã,
toda tarde,
toda noite
e no afã
de orar sómente,
porque a fé
era tanta,
esqueceu do café,
do almoço
e da janta.
Então morreu.
E se consolo
sómente basta,
restaram apenas
poucas lágrimas,
algumas penas.
Sem rezas,
nem novenas,
dos que não sabiam
nem rezar;
pois, cuidavam só
de trabalhar!
tão crente
que rezava
toda manhã,
toda tarde,
toda noite
e no afã
de orar sómente,
porque a fé
era tanta,
esqueceu do café,
do almoço
e da janta.
Então morreu.
E se consolo
sómente basta,
restaram apenas
poucas lágrimas,
algumas penas.
Sem rezas,
nem novenas,
dos que não sabiam
nem rezar;
pois, cuidavam só
de trabalhar!
ATEUDEUS
Ela chega assim,
bem devagar.
Aliás, leva uma vida
para chegar.
E, quando se percebe,
está conosco
nos ossos, na carne,
feito enrosco.
Murchamos então.
Nada podemos,
aos poucos, morremos.
Resta-nos apenas
os olhos baços,
à fitar juventudes
e pedir abraços.
Agora, felicidade
é aconselhar;
se aconchegar
na velhicidade.
bem devagar.
Aliás, leva uma vida
para chegar.
E, quando se percebe,
está conosco
nos ossos, na carne,
feito enrosco.
Murchamos então.
Nada podemos,
aos poucos, morremos.
Resta-nos apenas
os olhos baços,
à fitar juventudes
e pedir abraços.
Agora, felicidade
é aconselhar;
se aconchegar
na velhicidade.
Velhicidade
Ela chega assim,
bem devagar.
Aliás, leva uma vida
para chegar.
E, quando se percebe,
está conosco
nos ossos, na carne,
feito enrosco.
Murchamos então.
Nada podemos,
aos poucos, morremos.
Resta-nos apenas
os olhos baços,
à fitar juventudes
e pedir abraços.
Agora, felicidade
é aconselhar;
se aconchegar
na velhicidade.
bem devagar.
Aliás, leva uma vida
para chegar.
E, quando se percebe,
está conosco
nos ossos, na carne,
feito enrosco.
Murchamos então.
Nada podemos,
aos poucos, morremos.
Resta-nos apenas
os olhos baços,
à fitar juventudes
e pedir abraços.
Agora, felicidade
é aconselhar;
se aconchegar
na velhicidade.
sábado, 6 de fevereiro de 2010
A moça de longe
A moça de longe, agora me espia
com olhos de quem quer me comer,
com boca de quem quer me falar;
convite para muito o que fazer.
A moça era dos meus sonhos
e um belo dia, ficou tão real,
que enlouqueço quando a vejo;
por isso, vivo assim, sempre mal.
A moça de longe, então me diz
que espera por beijos e abraços
saídos daqui, deste meu lado.
E eu, bobo, sei lá o que faço.
com olhos de quem quer me comer,
com boca de quem quer me falar;
convite para muito o que fazer.
A moça era dos meus sonhos
e um belo dia, ficou tão real,
que enlouqueço quando a vejo;
por isso, vivo assim, sempre mal.
A moça de longe, então me diz
que espera por beijos e abraços
saídos daqui, deste meu lado.
E eu, bobo, sei lá o que faço.
Lugar zen
Encontrei um lugar zen;
eu, inteiro dentro de mim
e encontrei-te lá por acaso,
então, você me disse sim.
Querendo me encontrar,
achei-te por descuido, então.
Quando cheguei, estavas lá,
ao lado do meu coração.
Encontrei um lugar zen,
dentro do que somos nós.
Agora, não vivo mais sem,
eu, você, não estamos sós.
eu, inteiro dentro de mim
e encontrei-te lá por acaso,
então, você me disse sim.
Querendo me encontrar,
achei-te por descuido, então.
Quando cheguei, estavas lá,
ao lado do meu coração.
Encontrei um lugar zen,
dentro do que somos nós.
Agora, não vivo mais sem,
eu, você, não estamos sós.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Cedo ou tarde
Cedo demais, te perdi.
Eu, que pensei ser pra vida inteira,
te vi partir, qual nuvem passageira.
E cedo demais, sofri.
Cedo demais, aprendi
o que era te amar e ser mais feliz,
tendo certeza que você também quis.
Ou, enganei-me em ti.
E tão tarde, te encontrei.
Mesmo que fosse pra dizer adeus,
ficar sem todos os sonhos meus,
queria ter-te cedo. Tardei !
Eu, que pensei ser pra vida inteira,
te vi partir, qual nuvem passageira.
E cedo demais, sofri.
Cedo demais, aprendi
o que era te amar e ser mais feliz,
tendo certeza que você também quis.
Ou, enganei-me em ti.
E tão tarde, te encontrei.
Mesmo que fosse pra dizer adeus,
ficar sem todos os sonhos meus,
queria ter-te cedo. Tardei !
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Da luz
Faz de conta,
que estamos juntos,
que somos santos
e que fizemos daqui,
pedaço do céu;
somos um, somos tantos.
Faz de conta,
que espalhamos sorrisos,
que plantamos flores
e que regamos jardins;
escondemos os males,
inspiramos amores.
Faz de conta,
que somos milagres
da brancura saídos
e que com o tempo,
arco-íris viramos;
da luz, fomos paridos !
que estamos juntos,
que somos santos
e que fizemos daqui,
pedaço do céu;
somos um, somos tantos.
Faz de conta,
que espalhamos sorrisos,
que plantamos flores
e que regamos jardins;
escondemos os males,
inspiramos amores.
Faz de conta,
que somos milagres
da brancura saídos
e que com o tempo,
arco-íris viramos;
da luz, fomos paridos !
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