Brinquei
um brinquedo contigo,
engatei
em você meu trenzinho;
maria fumaça barulhenta,
sacolejo de curvas caminhos
que a gente mesmo inventa.
Eu, que brincava sózinho,
triste brinquedo, amuado,
agora só brinco contigo;
longos apitos, engatados.
Ciranda, pião, bambolê,
tão crianças, tão prazer !
Escrita estranha essa, da vida, à escrever bonito ou, às vêzes feio. À nos falar sorrindo ou, às vêzes meio...
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Frios e calores
Me arrepio e suo,
tudo ao mesmo tempo
e na verdade, sou até,
o meu próprio amuo.
O suor que me escorre
graus abaixo de zero,
de um salgado tão doce,
no lenço que me socorre.
Os frios e calores meus,
fazem de tudo descrer;
junto-me ao rol dos ateus,
quem sabe, de tanto sofrer.
tudo ao mesmo tempo
e na verdade, sou até,
o meu próprio amuo.
O suor que me escorre
graus abaixo de zero,
de um salgado tão doce,
no lenço que me socorre.
Os frios e calores meus,
fazem de tudo descrer;
junto-me ao rol dos ateus,
quem sabe, de tanto sofrer.
Em você
Prende-me em ti
e deixa-me ficar aí,
nas tuas larguras;
não me dê acenos
de tristezas e lonjuras.
Enreda-me em laços
de cegos nós
e infindáveis abraços.
Da-me o gosto de ti,
nos sabores
de amoras e framboesas;
segura-me em levezas.
E não me largue jamais
em esquinas e escuros,
porque é em ti, sempre,
que me busco e procuro.
e deixa-me ficar aí,
nas tuas larguras;
não me dê acenos
de tristezas e lonjuras.
Enreda-me em laços
de cegos nós
e infindáveis abraços.
Da-me o gosto de ti,
nos sabores
de amoras e framboesas;
segura-me em levezas.
E não me largue jamais
em esquinas e escuros,
porque é em ti, sempre,
que me busco e procuro.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Francisca
Francisca não foi a primeira
mas, foi um primeiro doce;
primeiro carinho que veio,
mesmo que da vida fosse.
Também única, não foi.
Vieram claras, escuras Marias
e brancas e limpas e opacas,
cada uma trazendo manias.
Não foi última, mas, primeira
e guardo ainda doce lambida;
carinhos breves e loucos.
Poderia sim, ser derradeira
e se quisesse, eterna guarida,
que deu-me de tudo, um pouco.
mas, foi um primeiro doce;
primeiro carinho que veio,
mesmo que da vida fosse.
Também única, não foi.
Vieram claras, escuras Marias
e brancas e limpas e opacas,
cada uma trazendo manias.
Não foi última, mas, primeira
e guardo ainda doce lambida;
carinhos breves e loucos.
Poderia sim, ser derradeira
e se quisesse, eterna guarida,
que deu-me de tudo, um pouco.
Tortura
Todos os dias,
paro em frente ao espelho
e tento arrumar o cabelo.
Em vão.
Só agora, depois de tantos anos
e já careca, é que percebo :
minha cabeça é torta !
Filha da puta de médico,
culpado por todas
as minhas torturas !
paro em frente ao espelho
e tento arrumar o cabelo.
Em vão.
Só agora, depois de tantos anos
e já careca, é que percebo :
minha cabeça é torta !
Filha da puta de médico,
culpado por todas
as minhas torturas !
Palhaçada
Tem os palhaços que já estão lá
e tem os que querem entrar.
Na platéia, nós, feitos palhaços.
Claro que alguns, não gostam
de serem tratados assim,
mas, pouco fazem
para mostrar que não são.
Os do picadeiro, fazem palhaçadas
para nós, com aquela cara séria
que é uma piada
e quando nós rimos,
indignam-se à valer.
Os da platéia, são feitos palhaços
sem serem e não indignam-se.
Agora, o circo está
contratando novas atrações;
se os Tiriricas e os Maguilas
forem contratados,
o circo ficará completo.
E haja gargalhada para todo mundo.
e tem os que querem entrar.
Na platéia, nós, feitos palhaços.
Claro que alguns, não gostam
de serem tratados assim,
mas, pouco fazem
para mostrar que não são.
Os do picadeiro, fazem palhaçadas
para nós, com aquela cara séria
que é uma piada
e quando nós rimos,
indignam-se à valer.
Os da platéia, são feitos palhaços
sem serem e não indignam-se.
Agora, o circo está
contratando novas atrações;
se os Tiriricas e os Maguilas
forem contratados,
o circo ficará completo.
E haja gargalhada para todo mundo.
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Sida
Me desculpe,
se hoje, amargo estou.
É que não adoçaram-me a boca
com o gosto do amor.
Me desculpe,
se não te olho nos olhos.
É só para disfarçar
o que na alma me vai.
Mais um belo dia passará
por mim,
transformado em saudade.
Então, terei o que me cabe.
Despeço-me;
dou-te um até logo.
Que à tempos, aprendi :
se a alegria reanima,
tristeza demais, contamina.
Até outro dia, amiga.
se hoje, amargo estou.
É que não adoçaram-me a boca
com o gosto do amor.
Me desculpe,
se não te olho nos olhos.
É só para disfarçar
o que na alma me vai.
Mais um belo dia passará
por mim,
transformado em saudade.
Então, terei o que me cabe.
Despeço-me;
dou-te um até logo.
Que à tempos, aprendi :
se a alegria reanima,
tristeza demais, contamina.
Até outro dia, amiga.
Velhas companheiras
As minhas putas lembranças
me acompanham desde sempre,
de mim, nunca foram ausentes.
As minhas putas saudades
aparecem vez em quando.
Justo, quando estou sem saco
para lembrar velhos amores.
Não fico puto com elas;
fico puto comigo
porque não encontrei ainda
uma forma de abandoná-las.
Até convivo com ambas
e quando elas se vão,
tenho lembranças,
fico com saudades.
me acompanham desde sempre,
de mim, nunca foram ausentes.
As minhas putas saudades
aparecem vez em quando.
Justo, quando estou sem saco
para lembrar velhos amores.
Não fico puto com elas;
fico puto comigo
porque não encontrei ainda
uma forma de abandoná-las.
Até convivo com ambas
e quando elas se vão,
tenho lembranças,
fico com saudades.
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Palidez
No meio dessa multidão,
procuro um riso único,
desenhado no rosto pálido,
saído do corpo gélido.
No meio d'alguma coisa,
procuro uma alma gêmea;
alma que dentro tenha
ao menos uma doce fêmea.
E no meio disso tudo,
um nada me acompanha;
triste frigidez tamanha,
que em mim, nada assanha.
Ousadia
Escreverei
em itálico e romântico,
em ínfimo segundo,
o último poema meu.
Esporrarei
em gozos infindáveis,
em tântricas gozadas,
o derradeiro amor meu.
Morrerei.
E porque fiz das letras, cânticos
e tornei meus gozos, memoráveis,
estarei
nos versos que escrevi,
na semente que plantei.
E, diferente de ti,
ao menos, eu ousei.
em itálico e romântico,
em ínfimo segundo,
o último poema meu.
Esporrarei
em gozos infindáveis,
em tântricas gozadas,
o derradeiro amor meu.
Morrerei.
E porque fiz das letras, cânticos
e tornei meus gozos, memoráveis,
estarei
nos versos que escrevi,
na semente que plantei.
E, diferente de ti,
ao menos, eu ousei.
Um encanto, um pranto
Me encantou um tanto,
aquele teu meio sorriso,
aquele teu todo medo
querendo fugir de algo,
querendo fugir de tudo.
E, não se foge do mundo.
Me encantou o pranto
que dentro de ti, rolava,
por trás do teu riso meio,
que meio pra mim, acenava
já um adeus meio maroto
de quem não quer ir agora
mas, querendo ainda ficar,
não sabe que jeito dar
nos inteiros desenganos.
E que ainda insiste em comprar
uma alegria ou um encanto,
com aquele meio sorriso dado,
ou aquele escondido pranto.
aquele teu meio sorriso,
aquele teu todo medo
querendo fugir de algo,
querendo fugir de tudo.
E, não se foge do mundo.
Me encantou o pranto
que dentro de ti, rolava,
por trás do teu riso meio,
que meio pra mim, acenava
já um adeus meio maroto
de quem não quer ir agora
mas, querendo ainda ficar,
não sabe que jeito dar
nos inteiros desenganos.
E que ainda insiste em comprar
uma alegria ou um encanto,
com aquele meio sorriso dado,
ou aquele escondido pranto.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Tristes íris
acho arco-íris tão tristes,
sem começo, nem fim;
servem só pra serem admirados.
Tamanha tristeza,
eu não entendo
e não explico
e nem me estendo,
deixo-os lá, inalcançáveis.
Belos, porém tristonhos;
nada mais que sonhos.
Como é que pode,
tantas cores
e tanta melancolia juntas ?
Assim seja
Tanta tristeza assim,
não lhe cai bem,
nem me faz melhor.
Melhor sorrir um pouco,
um tantinho que seja,
que seja meio sem graça,
que soe meio sem jeito.
Tanta tristeza assim,
não me cai bem,
nem te faz melhor.
Se for para chorar,
que choremos juntos;
arco-íris de lágrimas,
que é tão triste.
E que é tão bonito.
Cuida de nós
Cuida da tua solidão,
não fique só com ela;
pode te fazer mal
e te pregar uma peça.
Não deixe que ela impeça
a nossa companhia.
Cuida da tua tristeza,
em tardes cinzas chuvosas,
em dias tristes de breus;
dias sombrios demais.
Tua vontade de mim, satisfaz
no comodo toque de ti.
Cuida de ti e de nós,
no aconchego dos corpos
e no sossego de tudo.
E se solidão e tristeza
quiserem entrar, delicada
feche olhos, espere passar.
não fique só com ela;
pode te fazer mal
e te pregar uma peça.
Não deixe que ela impeça
a nossa companhia.
Cuida da tua tristeza,
em tardes cinzas chuvosas,
em dias tristes de breus;
dias sombrios demais.
Tua vontade de mim, satisfaz
no comodo toque de ti.
Cuida de ti e de nós,
no aconchego dos corpos
e no sossego de tudo.
E se solidão e tristeza
quiserem entrar, delicada
feche olhos, espere passar.
Teu colo
Tímido, diante da tua beleza,
do teu colo, dos teus vãos.
Mudo, diante de ti, mas
admitindo o meu tesão.
Você, tão farta e serena,
tão completa e amena,
dá-me o colo para ficar;
eu, feito criança a brincar.
Uns seios de não sei o que.
Não explico esse tanto
me perder só em você.
do teu colo, dos teus vãos.
Mudo, diante de ti, mas
admitindo o meu tesão.
Você, tão farta e serena,
tão completa e amena,
dá-me o colo para ficar;
eu, feito criança a brincar.
Uns seios de não sei o que.
Não explico esse tanto
me perder só em você.
Separado de mim
Briguei com você
e separei-me de mim.
Uma discussão tão à toa,
mostrou-me o quão ruim
sou com meu coração.
Agora, de mal comigo
e separado de ti,
trancadas portas e janelas
para o mundo que não vi;
uma maldita solidão.
E separado assim,
sem jeito de ser bonito,
me vejo de outro modo;
insatisfeito e aflito.
e separei-me de mim.
Uma discussão tão à toa,
mostrou-me o quão ruim
sou com meu coração.
Agora, de mal comigo
e separado de ti,
trancadas portas e janelas
para o mundo que não vi;
uma maldita solidão.
E separado assim,
sem jeito de ser bonito,
me vejo de outro modo;
insatisfeito e aflito.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Descolorido
Não sei do tempo
que era nosso
e que se foi,
escorreu entre dedos.
Entretanto, nada fizemos
para segura-lo.
Não sei mais de ti,
não sabes mais de mim.
Descolorimos aquela
nossa cor que era
azul profundo.
Sem cores, agora,
indefinido é nosso mundo.
que era nosso
e que se foi,
escorreu entre dedos.
Entretanto, nada fizemos
para segura-lo.
Não sei mais de ti,
não sabes mais de mim.
Descolorimos aquela
nossa cor que era
azul profundo.
Sem cores, agora,
indefinido é nosso mundo.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Inquietação
Saudade das viagens
pelo teu espaço.
Tristeza por não mais
contemplar as cores de ti.
Um pouco menor,
desde que te perdi.
Vazio imenso e choroso,
ao olhar esses mares.
Ah ! quantas lágrimas
e tantos pesares !
Cidade sem sóis;
saudade de nós.
pelo teu espaço.
Tristeza por não mais
contemplar as cores de ti.
Um pouco menor,
desde que te perdi.
Vazio imenso e choroso,
ao olhar esses mares.
Ah ! quantas lágrimas
e tantos pesares !
Cidade sem sóis;
saudade de nós.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Ana
Brincava comigo
os brinquedos de criança.
Não sabia ela,
que eu me entretinha
em contempla-la.
E quando, brincando
me olhava,
dava-me o mundo,
dava-me o paraíso.
Brincava comigo
os brinquedos da adolescência.
Mal sabia ela,
que seu sorriso me cativava.
E quando, brincando,
me abraçava,
dava-me a quentura
de mil sóis,
dava-me o infinito.
Brinca ainda, comigo.
Não leva a sério
a minha seriedade,
quando digo que a amo.
E eu não acho graça alguma
com essa brincadeira
meio sem graça.
os brinquedos de criança.
Não sabia ela,
que eu me entretinha
em contempla-la.
E quando, brincando
me olhava,
dava-me o mundo,
dava-me o paraíso.
Brincava comigo
os brinquedos da adolescência.
Mal sabia ela,
que seu sorriso me cativava.
E quando, brincando,
me abraçava,
dava-me a quentura
de mil sóis,
dava-me o infinito.
Brinca ainda, comigo.
Não leva a sério
a minha seriedade,
quando digo que a amo.
E eu não acho graça alguma
com essa brincadeira
meio sem graça.
Saudade
Saudade. Essa puta,
que chega sorrateira
e dardeja em nossos vãos.
Grude em mim, então,
com unhas e mãos
e não deixe ir embora
essas nossas cores.
Imprima na minh'alma
todas as tuas cores,
ponha em minha boca
todos os teus sabores.
E não se vá.
Não deixe a saudade
que se avizinha,
mesmo estando eu,
ainda em tua companhia.
que chega sorrateira
e dardeja em nossos vãos.
Grude em mim, então,
com unhas e mãos
e não deixe ir embora
essas nossas cores.
Imprima na minh'alma
todas as tuas cores,
ponha em minha boca
todos os teus sabores.
E não se vá.
Não deixe a saudade
que se avizinha,
mesmo estando eu,
ainda em tua companhia.
Serpente
Não sei porque rastejava,
se tinha asas,
nem sei porque chorava,
se risos tinha.
Que nova chegava,
igual a lua, quando vinha,
na brejeira flor,
dos aromas que trazia;
versos tão doces fazia.
Não sei dos poetas
que ela cantava,
nem sei dos trovões
que trovejava.
Sei que sorrateira,
igual felina da noite,
trazia uns versos
que fustigavam tal açoite.
E foi onde tropecei;
nas rimas canções
das faíscas que ela
sem parar soltava,
na poesia mais rica,
na estrofe mais bela.
se tinha asas,
nem sei porque chorava,
se risos tinha.
Que nova chegava,
igual a lua, quando vinha,
na brejeira flor,
dos aromas que trazia;
versos tão doces fazia.
Não sei dos poetas
que ela cantava,
nem sei dos trovões
que trovejava.
Sei que sorrateira,
igual felina da noite,
trazia uns versos
que fustigavam tal açoite.
E foi onde tropecei;
nas rimas canções
das faíscas que ela
sem parar soltava,
na poesia mais rica,
na estrofe mais bela.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Sina
Depois de percorrer quietas ruas
e contemplar ermas esquinas,
cansei de olhar só, a nossa lua;
desoladas, as minhas meninas
que choravam a mais não poder
e de tantas lágrimas caídas,
juraram então, não mais querer;
tão pobres meninas sofridas.
Depois de percorrer quietas ruas
e contemplar ermas esquinas,
veio a solidão, triste e cansada
daquela saudade doída e crua,
sabendo que agora, como sina
terá a tristeza, eterna namorada.
e contemplar ermas esquinas,
cansei de olhar só, a nossa lua;
desoladas, as minhas meninas
que choravam a mais não poder
e de tantas lágrimas caídas,
juraram então, não mais querer;
tão pobres meninas sofridas.
Depois de percorrer quietas ruas
e contemplar ermas esquinas,
veio a solidão, triste e cansada
daquela saudade doída e crua,
sabendo que agora, como sina
terá a tristeza, eterna namorada.
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Ausência
Tirei uma hora para pensar em ti.
Sem mágoas, nem rancores,
apenas um tantinho de saudade.
Um tempo para passear
no vazio de mim;
que depois da tua partida,
o que não me falta, é espaço.
Onde você me preenchia,
o oco ficou e de tempos em tempos,
crio coragem e passeio por lá.
E volto, no sossego das coisas boas,
na santa paz que encontro
na sentida ausência de ti.
Sem mágoas, nem rancores,
apenas um tantinho de saudade.
Um tempo para passear
no vazio de mim;
que depois da tua partida,
o que não me falta, é espaço.
Onde você me preenchia,
o oco ficou e de tempos em tempos,
crio coragem e passeio por lá.
E volto, no sossego das coisas boas,
na santa paz que encontro
na sentida ausência de ti.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Palhaço
A solidão sorri o riso desolado,
do adeus que não era para chegar.
Até sonhei que você
se demoraria um pouco mais,
brincaria outros brinquedos
e me faria esquecer medos.
A solidão sorri o riso debochado,
na ironia do não querer.
O sorriso palhaço não é o meu,
não é meu, o picadeiro.
Findou-se em lágrimas,
o amor derradeiro.
do adeus que não era para chegar.
Até sonhei que você
se demoraria um pouco mais,
brincaria outros brinquedos
e me faria esquecer medos.
A solidão sorri o riso debochado,
na ironia do não querer.
O sorriso palhaço não é o meu,
não é meu, o picadeiro.
Findou-se em lágrimas,
o amor derradeiro.
Gosto de saudade
Me diz, onde é que encontro
outro gosto igual ao teu;
o lábio paraíso, se perdeu
Não gosto destas bocas
de hoje em dia,
tão diferentes da tua.
Bocas que riem de si
e dentes que se abrem
em risos banguelas.
Elas já não me dizem
o que gosto de ouvir;
já não têm teu sorrir.
Sonho com a tua boca,
que está n'outros lábios;
língua, lambendo reentrâncias.
Na boca, a saudade
dizendo tantas distâncias.
outro gosto igual ao teu;
o lábio paraíso, se perdeu
Não gosto destas bocas
de hoje em dia,
tão diferentes da tua.
Bocas que riem de si
e dentes que se abrem
em risos banguelas.
Elas já não me dizem
o que gosto de ouvir;
já não têm teu sorrir.
Sonho com a tua boca,
que está n'outros lábios;
língua, lambendo reentrâncias.
Na boca, a saudade
dizendo tantas distâncias.
Versos e flores
Arremedando as tuas letras,
procuro por um poema leve
solto ao azul do teu vento;
pairando por ali, feito neve.
A procura, tem encantos
de tantos verdes e amarelos,
nas claras esquinas de sóis,
em rimas douradas; anelos.
E eu, passeio no teu jardim,
colhendo uns versos e flores,
inventando poesias e cores
e as guardando todas em mim.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Estiagem
Ia dizer-te umas coisas,
algumas palavras, mas,
calei para não atrapalhar.
Que teu caminho, já pronto,
chamava com urgência.
Percebi teu olhar inquieto,
fitando o futuro,
louco para deixar aqui
o teu passado
que por acaso, sou eu, fui eu.
Ia te dizer umas coisas; calei.
Besteira querer fazer
com que renasçam assim,
amores e camaradagens.
Então, você partiu.
Em mim, agora, estiagem.
algumas palavras, mas,
calei para não atrapalhar.
Que teu caminho, já pronto,
chamava com urgência.
Percebi teu olhar inquieto,
fitando o futuro,
louco para deixar aqui
o teu passado
que por acaso, sou eu, fui eu.
Ia te dizer umas coisas; calei.
Besteira querer fazer
com que renasçam assim,
amores e camaradagens.
Então, você partiu.
Em mim, agora, estiagem.
sábado, 7 de agosto de 2010
Ecos
Você entrou no meu
silêncio
com tamancos tambores;
mancos amores.
Daqueles que choram
e escravizam com lágrimas.
Você entrou na minha
vida,
trazendo teus barulhos;
porrada de embrulhos
por desembrulhar.
E os deixou aos meus pés.
Depois, partiu.
Foi-se em silêncio,
o mesmo silêncio
que tomou de mim.
Aqui, ficou o barulho,
a algazarra minha.
Ecos no coração vazio.
silêncio
com tamancos tambores;
mancos amores.
Daqueles que choram
e escravizam com lágrimas.
Você entrou na minha
vida,
trazendo teus barulhos;
porrada de embrulhos
por desembrulhar.
E os deixou aos meus pés.
Depois, partiu.
Foi-se em silêncio,
o mesmo silêncio
que tomou de mim.
Aqui, ficou o barulho,
a algazarra minha.
Ecos no coração vazio.
Rubão
Foi-se, afogado em cachaça
e deixou-me como herança
a incapacidade da graça;
partiu, deixando lembranças.
Apanhou bastante da vida,
também bateu um bocado;
acho que na hora da ida,
permaneceu sério e calado.
Pouco, muito pouco deixou,
apenas imagens e retratos.
Do seu jeito, sei que amou,
apesar de tanto maltrato.
Talvez, se vivo estivesse,
boiadeiro ou até dono de bar,
seria o que bem quisesse,
com tantos filhos para amar.
e deixou-me como herança
a incapacidade da graça;
partiu, deixando lembranças.
Apanhou bastante da vida,
também bateu um bocado;
acho que na hora da ida,
permaneceu sério e calado.
Pouco, muito pouco deixou,
apenas imagens e retratos.
Do seu jeito, sei que amou,
apesar de tanto maltrato.
Talvez, se vivo estivesse,
boiadeiro ou até dono de bar,
seria o que bem quisesse,
com tantos filhos para amar.
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
f. d. p.
Hoje, lembrei das putas
que tive; de todas elas.
Concluí que não foram muitas.
Meia dúzia, talvez
e fui fiel à cada uma delas.
Infiel, só fui contigo.
Te digo que não foi por rancor
ou mesmo troça.
Apesar de você ter sido
a mais filha da puta de todas.
que tive; de todas elas.
Concluí que não foram muitas.
Meia dúzia, talvez
e fui fiel à cada uma delas.
Infiel, só fui contigo.
Te digo que não foi por rancor
ou mesmo troça.
Apesar de você ter sido
a mais filha da puta de todas.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Arremedo
Do mesmo jeito que sou,
me extinguo e me expiro;
deixo de escrever poemas
e educadamente, me retiro.
Do mesmo jeito que fui,
me renovo e me remoço;
pego outra vez a caneta
e poemo o mais que posso.
Do mesmo jeito que estou,
procuro teus versos em mim
e a cada palavra, então vou
recomeçar do mesmo fim.
me extinguo e me expiro;
deixo de escrever poemas
e educadamente, me retiro.
Do mesmo jeito que fui,
me renovo e me remoço;
pego outra vez a caneta
e poemo o mais que posso.
Do mesmo jeito que estou,
procuro teus versos em mim
e a cada palavra, então vou
recomeçar do mesmo fim.
Super homem
Bom que deixemos o super pra lá.
A gente quer ser de aço,
mas continuamos tão frágeis quanto.
Só conseguimos malemá,
um pequenino voo
que não nos leva pra muito longe não;
no máximo até o bar da esquina.
E de lá, sim, saímos com a leve impressão
de que somos super e que podemos tudo.
Até chegarmos em casa;
a casa de um simples ser humano.
A mulher nos olha enviesado
e os filhos dão toda a atenção para o computador.
O que salva o nosso dia,
é a abanada de rabo e a lambida
que o cachorro nos dá.
Esse sim, super. Um super amigo.
E eu dou à ele, um super abraço
de um simples ser humano.
A gente quer ser de aço,
mas continuamos tão frágeis quanto.
Só conseguimos malemá,
um pequenino voo
que não nos leva pra muito longe não;
no máximo até o bar da esquina.
E de lá, sim, saímos com a leve impressão
de que somos super e que podemos tudo.
Até chegarmos em casa;
a casa de um simples ser humano.
A mulher nos olha enviesado
e os filhos dão toda a atenção para o computador.
O que salva o nosso dia,
é a abanada de rabo e a lambida
que o cachorro nos dá.
Esse sim, super. Um super amigo.
E eu dou à ele, um super abraço
de um simples ser humano.
Pontapés
Serão teus, os pés
que te levaram para
tão longe de mim ?
E que inadvertidos,
pisaram em escarros,
tropeçaram em pedras mas,
não acharam caminhos
para voltarem aqui.
Pés descalços,
foram os que eu vi;
esquecidos dos calçados
que ficaram em mim.
Serão teus, esses pés
que me deram adeus ?
que te levaram para
tão longe de mim ?
E que inadvertidos,
pisaram em escarros,
tropeçaram em pedras mas,
não acharam caminhos
para voltarem aqui.
Pés descalços,
foram os que eu vi;
esquecidos dos calçados
que ficaram em mim.
Serão teus, esses pés
que me deram adeus ?
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Entardeceres
Queria a paciência de Lenine,
para esperar quem sabe até quando
mas, ela me foge,
me falta e me fode
e em mim, já não mando.
Queria ter muito mais dias
do que estas sofridas noites,
para poder procurar
e enfim, me encontrar
mas, eles me passam
sem avisos ou psius.
O que me traz o escuro,
é um medroso e doído frio.
O que eu não queria,
é ter dias e noites à fio,
esperando sempre um aviso
que agora, já é tardio,
nos meus tristes entardeceres.
para esperar quem sabe até quando
mas, ela me foge,
me falta e me fode
e em mim, já não mando.
Queria ter muito mais dias
do que estas sofridas noites,
para poder procurar
e enfim, me encontrar
mas, eles me passam
sem avisos ou psius.
O que me traz o escuro,
é um medroso e doído frio.
O que eu não queria,
é ter dias e noites à fio,
esperando sempre um aviso
que agora, já é tardio,
nos meus tristes entardeceres.
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Presentinho
Hoje, recebi um embrulho
e bobo como eu sou,
pensei logo n'algum amor;
um agradinho fora de hora
me cairia muito bem.
Arranquei a bonita fita,
rasguei o vistoso papel
e pasmo, engoli em seco.
Bem amarradinha ali
e louca para sair,
para se instalar em mim,
um bocadinho de saudade.
e bobo como eu sou,
pensei logo n'algum amor;
um agradinho fora de hora
me cairia muito bem.
Arranquei a bonita fita,
rasguei o vistoso papel
e pasmo, engoli em seco.
Bem amarradinha ali
e louca para sair,
para se instalar em mim,
um bocadinho de saudade.
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