segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Devoção

Esperou a hora da missa
e como acreditava, benzeu-se.
Meio sem jeito, fez o sinal da cruz,
rezou umas rezas;
atrapalhou-se no Pai Nosso
(talves porque não tivesse pai,
ou, porque não tivesse pão).
Pegou a hóstia, porque estava
até aquela hora em jejum.
Não ligava muito, porque diziam
que jejuar faz bem ao espírito.
Isso, não sabia. Só sabia,
que fazia mal ao corpo;
dava uma fraqueza danada
(com o perdão da palavra).
Mas, bem que o senhor padre
podia também, dar um golinho
daquele vinho, que ia cair bem.
Só vez em quando, era uma
cachacinha (que uma moeda pagava).
Acabou a missa. Levantou-se
e foi até o velário. Não acendia velas,
mas, esquentava as mãos,
porque com esse frio...
Foi-se embora, pensando que a igreja
é coisa boa. Não vê, que ela dava
tanta coisa e não pedia quase nada ?
Só entrar, sentar, rezar o Pai Nosso.
Se bem que errava naquela parte
(talves porque não tivesse nem pai, nem pão).
mas o resto, rezava direitinho.
Com devoção.

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