Um dia destes, maravilhado e surpreso,
vi dois mosquitos transando.
Ou brigando, pra ver quem é que
metia o ferrão (ou ferrinho) em mim.
Então pensei : o que é a natureza;
a harmonia (ou desarmonia),
já vem das pequenas coisa.
E da pequenas causas também.
Naquele campo, ou melhor
naquele espaço aéreo, estavam lá
os dois, um trepado no outro
-por isso, minha primeira impressão
da sacanagem.
Volta e meia ou vôo e meio,
trocavam de lugar;
ora um, ora outro ia por cima.
Embora tentasse, não consegui
ouvir o que murmuravam,
porque mosquito, a gente só escuta
mesmo é ao pé do ouvido.
Aquele zum zum zum chato,
até vir de cá, a chapuletada
que ou mata o danado em plena
chupetinha, ou nos deixa surdo.
Mas, me digam : como é que
se mata um mosquito,
sem acertar a própria orelha ?
Bem, voltemos ao ato em si,
que aliás, não sei como é que acabou,
porque eu, puto da vida
com a falta de respeito dos dois,
os mandei para aquele lugar.
Aí pensei : e se estivessem só
tirando no cara ou coroa,
pra ver quem ia me chupar ?
Bom, eu acho que dá no mesmo,
afinal, prazer sexual a gente
sente primeiro através
da boca. Não é ?
Agora é tarde. Mas, eu devia
pelo menos, ter perguntado
qual dos dois era a mulher.
Quem sabe, eu não a deixasse
viva e faceira, pra continuar
dando para os taradinhos por aí,
ou chupando os taradões...
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