quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Maldito poeta bendito

O poeta escreveu uns versos
molhados.
Rimou simples e envergonhado,
nas letras que costuma fazer.
O sofrer dele, é o nosso;
é nosso o seu bem querer.
Por isso, em cada verso,
choramos ou sorrimos,
nos enxergamos naqueles amores.
Ou dores.

Poeta, não remexa tanto
em nossos corações,
com tua xereta caneta,
com teus verbos ilusões.
Da-nos ao menos instantes
do branco e do silêncio.
Da falta da escrita
e da palavra não dita.
Maldita a tua sensibilidade.
Maldito poeta bendito.

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