Somos nós, sobras e restos.
Você, mutante de si mesma,
eu, travesti do que não presto.
E procuramos ainda, infelizes,
a felicidade que foi embora.
De tempos em tempos,
sorrimos e nos saciamos
no amor de meia hora;
envergonhados, dormimos.
Nosso desamoroso abraço,
tão frio, que nos queimamos,
não serve aos nosso encontros.
No entanto, sempre teimamos.
Somos nós, restos e sobras.
Você, escondida em teus cantos,
eu, enfiado em minhas dobras.
Assim, sorrimos nossos prantos.
Um comentário:
Vc tem uma relação singular com a poesia... a encara de frente e não tem medo de usar as palavras...
Beijos.
;*
Postar um comentário