quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Poeta bobo

Despedi-me daquelas putas palavras.
Pobres versos sem vergonhas,
que gozam nas bocas
e que posam de loucas.
Loucura é a minha, achar
poemas naquelas letras,
que balançam em nossos rostos,
parecendo pengas tetas.

Prefiro agora, navegar
nos mansos mares iguais
aos azuis dos olhos teus.
Colher flores e perfumes
na rima que se escreveu.
Quero doces, claros
e simples verbos.
E nem me incomodo,
se me chamarem de bobo;
fiquei bobo, de um bobo poema.

Um comentário:

Állyssen disse...

Esse estar bobo é uma "doçura de burrice", como diz a Lispector.
Adoro essa metáfora.

Beijos!!

=)